Pedro Kawai
A criação da Região Metropolitana não deve ser observada como uma elevação do status quo de Piracicaba. Ao contrário, ela pressupõe maior integração regional e espírito público da nossa cidade, relativamente aos municípios que orbitam no seu entorno. Mas esse certamente não será um problema para a generosa Noiva da Colina que, historicamente, sempre manteve uma relação dialética com seus vizinhos, como não nos deixa esquecer a sua história republicana.
As Regiões Metropolitanas são agrupamentos urbanos integrados, que se unem para ampliar a organicidade regional, com base no planejamento e na execução das funções públicas, como a segurança, o saneamento, o uso do solo metropolitano, o aproveitamento dos recursos hídricos, a distribuição do gás encanado, a habitação, a preservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais. Contudo, não se pode, nem se deve desconsiderar que, o interesse maior de uma Região Metropolitana é o atendimento dos anseios e o bem-estar de sua população, o que talvez exija dos gestores públicos, abrir mão de projetos pessoais para contemplar o desejo coletivo, como de resto, sempre deveria ocorrer.
Em outras palavras, o grande desafio, talvez o maior deles, ainda seja o exercício diário do que poderíamos denominar de “empatia política”, ou seja, gestores das maiores cidades devem, não apenas compreender ou se solidarizar com o drama dos menores municípios, mas colocar-se na condição de envolvidos, para que, juntos, todos possam encontrar saídas e soluções comuns. Assim, é possível afirmar que não há lugar para vaidades nem projetos individualistas em uma Região Metropolitana.
A geração de empregos, o ensino profissionalizante, o saneamento básico, o fornecimento de água, a infraestrutura urbana, a segurança pública entre outros, são investimentos que vêm sendo implementados ao longo dos últimos anos, os quais possibilitaram a criação do aglomerado urbano, que agora tornou possível a criação da nossa Região Metropolitana. Deixamos de ser “fim de linha” ou “quintal de Campinas” como alguns diziam no passado.
Esta conquista traz para Piracicaba o que de fato ela sempre foi: uma cidade protagonista em seus diversos setores, possibilitando a expansão da economia regional, o estímulo ao empreendedorismo, ao crescimento e ao reconhecimento.
Vale destacar que a autonomia dos municípios sempre estará mantida por força constitucional. O que muda apenas é modo de pensar e agir administrativamente, de enxergar para além das placas indicativas de limites entre municípios. É, portanto, a prática dos ensinamentos de mais de 2 mil anos: “amar ao próximo, como a si mesmo”. E que assim seja!
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Pedro Kawai, vereador (PSDB) em Piracicaba