Ane Caroline Nabas
Pouco conhecido no mercado, a profissão ganha destaque a partir dos serviços de Assistência Social, através da Resolução Nº 9 de 15 de Abril de 2014 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que trabalham através das Organizações da Sociedade Civil (Osc). A área de atuação é extensa, serviços de acolhimento à crianças e adolescentes, adultos, Pessoas com Deficiencia, etc.
Ao contrário do cuidador de Idosos, esse profissional vai muito além do cuidado direto com a pessoa, seu trabalho exige disposição fisica, psiquica e foco.
É dificil compreender dentro dos serviços que lidam com as diferentes caracteristicas individuais do ser humano a necessidade de se manter o limite do vínculo afetivo com o limite de sua atuação profissional, pois esse se mantém muito próximo das pessoas, embora o trabalho seja lindo e a ajuda ao próximo seja intuitivamente o desejável dentro de cada profissional que se dedique a essa área, o cuidador social visa o equilibrio entre as relações coletivas e as necessidades individuais de cada um.
Mas afinal, o que faz um cuidador social? Ao contrário do que a palavra indica, seu cuidado vai no sentido de proporcionar dentro de cada contexto a atuação com o individuo no sentido de estimular e incentivar essas pessoas a resgatarem suas habilidades e potencialidades, palavras como, apoiar, fortalecer, orientar, fazem parte da rotina deste profissional.
A dificuldade está no preparo destes profissionais, não há exigências, além de ensino médio e experiência na área, porém, as experiências nem sempre condizem com a replicação de ações e atividades, cada individuo com suas subjtividades traz consigo a necessidade de primeiramente, trazer para o cuidador social a capacidade de ser uma pessoa com forte potencial em perspicácia e dedicação.
O amor ao próximo, dentro de um trabalho que contempla o desenvolvimento e o resgate de autoestima e autonomia fica longe da caridade, ele se transforma em ferramentas de atuação na rotina institucional, tendo em vista o cenário desafiador nesse contexto pandêmico e de isolamento social.
Nos referenciamos a eles enquanto os mais próximos, principalmente aqueles os quais as familias não existem ou estão em relações frágeis, e nesse sentido o dom da orientação não é um simples aconselhamento, é um potente instrumento de trabalho, direcionado pela equipe interdisciplinar, contemplado por assistentes sociais, psicologos, terapeutas ocupacionais que os capacita frequentemente, e nesse viés, segue o cuidado com sua propria saúde mental, pois estão sempre em situações de fortes conflitos emocionais.
Nesse contexto, o simples fato de dedicar-se a essa área de atuação, simbolicamente já expressa tamanho amor ao próximo, principalmente quando esse leva a sua carreira profissional esforços em estudos, pois transfere-se aqueles que recebem tal atendimento, com respeito e integridade que cada sujeito merece.
A todos os cuidadores (as) sociais que passaram pelo nosso caminho, nossa gratidão!
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Ane Caroline Nabas, Assistente Social, especialista em saúde mental, Coordenadora técnica Associação Presbiteriana de Filantropia de Piracicaba (APFP)