Linkado com: Drª Deborah Kerches no Abril Azul

Deborah Kerches é neuropediatra – Foto: Divulgação

Neste sábado (17), a Coluna O Canal da Lili estreia o Linkado com – quadro de entrevistas -, que a cada semana trará uma personalidade destaque em áreas específicas ou ligada a algum tema relevante. Como abordagem à Campanha Abril Azul, no mês da conscientização do autismo, a primeira entrevistada é a médica neuropediatra Deborah Kerches. Ela é autora do livro Compreender e Acolher: Transtorno do Espectro Autista na Infância e Transtorno do Espectro Autista na Adolescência, lançado neste mês.

Dra. Deborah, qual é a sua formação, especialidade e trabalho desenvolvido em relação ao TEA (Transtorno do Espectro Autista)?

Sou neuropediatra, com título de especialista em Neuropediatria e Pediatria,
especialista em Transtorno do Espectro Autista. Sou coordenadora e professora de pós-graduações do CBI of Miami e também conselheira profissional da Reunida (Rede Unificada pelo Autismo).

O que te motivou a escrever o livro e quanto tempo levou para elaborar?

O livro demorou alguns meses para ficar pronto, mas é fruto de muito trabalho clínico e pesquisa, além do diálogo constante que tenho com outros profissionais que atuam com o TEA. Uma sociedade consciente acolhe, respeita e contribui para a evolução de uma pessoa com TEA. Além disso, entender o que é o espectro autista e saber reconhecer seus sinais é o verdadeiro caminho para proporcionar diagnósticos e intervenções mais precoces – que serão determinantes para o desenvolvimento e qualidade de vida da pessoa com autismo.

Quem precisa entender o que é o espectro autista?

Acredito que não são só os adultos que precisam entender o que é o espectro autista, pois os pares (da mesma idade) têm papel essencial na vida do indivíduo com TEA. Então é fundamental que saibamos orientar nossas crianças e nossos adolescentes sobre isso, pois, em algum momento, especialmente no ambiente escolar, eles provavelmente estarão em contato com um colega com TEA.

E como é o formato do livro?

Nesse contexto, idealizei o livro no formato vira-vira para conseguirmos atingir diferentes públicos e tornar a leitura mais interessante em família. De um lado, temos informações referentes ao TEA na infância, seguidas de uma história em quadrinhos direcionada ao público infantil. Do outro, considerações relevantes sobre o TEA na adolescência e uma nova história em quadrinhos direcionada a adolescentes e jovens.

3) O que falta na sociedade para crianças e adolescentes autistas?

Ainda há muito a ser conquistado nesse sentido, especialmente quando pensamos no acesso a diagnóstico e tratamentos, inclusão escolar efetiva, no acesso ao lazer e numa conscientização geral da sociedade acerca do que é o TEA (para que, de fato, exista mais respeito e acolhimento a essas crianças e adolescentes nos mais variados contextos). Por exemplo, é assegurado por leis que as pessoas com TEA e, consequentemente, suas famílias, experimentem o lazer em igualdade de condições. Na prática, nem sempre isso ocorre. Pois, quando falamos em acessibilidade no espectro autista, devemos considerar as particularidades do TEA, que costumam incluir: respostas sensoriais atípicas (sobrecargas sensoriais costumam desregular), dificuldades com mudanças de rotina e com ambientes novos, incompreensão a respeito de regras e normas de convívio, inflexibilidade cognitiva, entre outras.

Como ocorre, de fato, a inclusão da criança com TEA?

Em ambientes e atrações, e até mesmo no ambiente escolar, falar em inclusão não significa simplesmente inserir a criança ou adolescente com TEA ali. Precisam ser colocadas em prática estratégias no sentido de garantir acomodações sensoriais, segurança, que elas/eles compreendam o que está sendo oferecido, capacitação da equipe em relação às particularidades do TEA e manejos comportamentais, além de favorecer oportunidades de interação com os demais.

E o que prevê a Lei Berenice Piana?

No que diz respeito ao tratamento, a Lei Berenice Piana prevê a obrigatoriedade do fornecimento de atendimento multiprofissional ao paciente com diagnóstico de TEA. Porém, muitas famílias encontram dificuldades para que as necessidades do paciente sejam atendidas integralmente, tanto no SUS (Sistema Único de Saúde) como nos convênios, o que exige que os responsáveis estejam atentos a quais são os direitos das pessoas com TEA.

SERVIÇO

O livro – Compreender e Acolher: Transtorno do Espectro Autista na Infância e Transtorno do Espectro Autista na Adolescência – está à venda nas principais livrarias e lojas nos formatos físico e digital nos links: Loja Literare https://bit.ly/lojaliterare-compreendereacolher; Amazon Brasil https://amzn.to/3dfryNA; Amazon (livro digital) https://amzn.to/2PDPaTQ; Mercado Livre https://bit.ly/3u7agsy.

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