Homofobia (VII) – Preconceito Velado

As paradas gays, mesmo com caráter político, guardam as características dos grupos de minoria. Seus indivíduos sofrem segregação social em alguma esfera da vida humana (sexual, racial, de classe, etc.), de onde nascem os preconceitos, e em geral sua autoestima é baixa. Os com melhor autoestima nem participam delas.

O amor, por ser narcísico, me leva a amar tanto mais ao próximo quanto mais nele me vejo espelhado. Amo a mim no outro, mas se o espelho não me reflete a identificação narcísica desaparece e com ela, o amor.

Muitas histórias de amor e ódio na humanidade podem ser compreendidas por esse viés. Numa sociedade maniqueísta, onde quem pensa e age diferentemente do coletivo é visto como errado e necessita correção, a hostilização ao homossexual soa quase lógica.

Não é interessante que nos referimos a uma pessoa obesa como ‘gorda’ mas se com ela tivermos vínculos afetivos diremos ‘obesa’? Que a um negro falamos ‘preto’ (mesmo sem a intenção do preconceito) mas se for amigo dizemos ‘negro’? E gay para um e homossexual para outro?

São preconceitos que se encontram arraigados em nosso registro simbólico e cabe-nos lutar constantemente contra eles sabendo que não conseguiremos eliminá-lo por completo. O preconceito nasce na sociedade, gera exclusão social, violência, etc. Fácil é acusarmos os políticos para nos isentar da nossa responsabilidade.

___

“Existem duas maneiras de ser feliz nesta vida. Uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo”. (Sigmund Freud)

 ___

Amar algo ou alguém é uma decisão do individuo, ou algo subjetivo ao eu? Podemos simplesmente amar alguém, sem saber o porquê (como um amor à primeira vista) ou amar alguém é uma escolha resultante de esforços e atitudes pessoais?

Ademir

O amor é possível de várias formas e cada pessoa aprende a vivê-lo ao seu modo. Uma mesma pessoa pode vivê-lo em forma de sentimento numa relação e como um propósitoem outra. Como toda capacidade humana, o doar-se é desenvolvido diferentemente nas pessoas. Nossa história de vida é determinante nisso.

Uma pessoa que vive suas relações amorosas sempre investindo muito sentimento pode ter que, em dado momento, fazer do amor um propósito de vida onde a resultante de esforços seja atingir seu objetivo: amar. Mesmo que isso não se alinhe com a trajetória de romances anteriores.

Da mesma forma, pessoas com maior dificuldade de contato com suas emoções tendem a racionalizar os sentimentos, adotando uma postura racional em forma de decisão ou propósito. Nem por isso estão livres de serem assaltadas sentimentalmente num romance. Facilmente percebem esse ‘assalto’ como paixão e muitas vezes o são. Outras vezes o amor se apodera delas de tal forma que por não tê-lo vivido assim ainda veem-se vulneráveis e entregues. A complexidade de sua pergunta acompanha a complexidade do próprio amor.

___

Leitor: Opine, critique, sugira temas nesse espaço. Use até 200 toques. Sigilo absoluto.

___

Blog:  http://pedrogobett.blogspot.com/

Facebook:fb.com/psicopontocom

E-mail: [email protected]

Correspondência: Praça José Bonifácio, 799

13.400-340 – Piracicaba/SP – (19) 99497-9430

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima