Para a deputada estadual Professora Bebel, o governador João Doria (PSDB) quer arriscar a vida de famílias de São Paulo, em plena pandemia do coronavírus, fazendo uma ação de marketing mascarada com o auxílio, através do “Bolsa Povo”, que anunciou na tarde de quarta (7). É que, para receber o benefício de R$ 500,00, o governador estabelece que os beneficiados devem sair de casa para trabalhar em escolas por quatro horas diárias. “Uma ação politiqueira e desumana. Caso o governo estivesse mesmo preocupado com a sobrevivência das famílias paulistas, daria o auxílio como uma ajuda no orçamento familiar para pessoas em situação de vulnerabilidade, sem colocar em risco a saúde. Não vejo com seriedade esta atitude! Ele pressiona com R$ 500,00 para contrapor o auxílio federal de R$ 150,00, mas, coloca em xeque a vida humana”, declarou ela ao site Brasil de Fato.
De acordo com o governo, o programa “Bolsa do Povo”, que contratará 20 mil pais e mães de alunos, em situação de vulnerabilidade social, para trabalharem nas escolas públicas paulistas por R$ 500,00. O expediente será de 4 horas diárias.
Para a deputada estadual Professora Bebel (PT), a medida serve para Doria manter sua rivalidade com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que anunciou o pagamento do auxílio emergencial de 2021: “Parece uma ação de marketing”. “Ele pressiona com R$ 500, dando a entender que é maior que R$ 150,00 e de fato é, mas que condição ele impõe para isso, não é mesmo? Eu não vejo com seriedade. Se ele quer dar uma renda básica para isolar as pessoas, então mantenha as pessoas em casa. Vejo com muita preocupação”, criticou Bebel.
Para Bebel, há também a preocupação com a condição de trabalho desses pais e mães. “Esse projeto coopera com a precarização que vem sendo implantada nas escolas públicas com a terceirização dos funcionários de escola, que há muito tempo está sem concurso. A educação é encarada assim por esse governo, você pode dar qualquer coisa e fazer de qualquer maneira.”
Os 20 mil paulistas que irão às escolas trabalhar deverão enfrentar uma onda ainda maior de contaminação no estado. Bebel adverte que de acordo com Edson Aparecido, secretário de Saúde do município de São Paulo, abril será o “pior mês da pandemia em São Paulo”.