Um olhar mais profundo, por nós mesmas

Natalia Mondoni

 

Na semana em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, ouvi dados de uma pesquisa de médicos da USP descobriu que quase 70% das mulheres consideradas deprimidas não tiveram diagnóstico adequado de depressão e, em consequência, não pôde ser feito o tratamento correto. Pensando sobre isto, é importante que falemos à exaustão da necessidade dos cuidados com as emoções que as mulheres devem receber e, inclusive, para que possam se permitirem cuidarem de si mesmas.

Para além das características gerais que abrangem todas nós – algumas características mais marcantes, outras menos em cada uma das mulheres que existem, mas cada uma à sua maneira – percebemos que tentamos, muitas vezes, seguir à risca às expectativas que nos são depositadas, mas também àquelas que fazemos a nosso próprio respeito, e vamos nos percebendo, com isto, extremamente auto exigentes, preocupadas, apressadas e, com todo este engodo, nos sentindo realmente sempre muito cansadas, com vieses de esgotamento. O que nos leva, em algumas situações, a depressões e transtornos e, para dizer o mínimo, com uma baixa qualidade de vida.

Por isso, é importante que a gente reconsidere algumas situações que envolvem nossa organização, nosso tempo e, principalmente, o fato de nos permitirmos simplesmente normalizar e entender que êxito e fracasso são coisas da nossa vida, e que se alternam. Não vamos sempre conseguir obter sucesso em tudo o que nos propomos a fazer – seja da nossa vida profissional à familiar – e que é importante renunciar à perfeição, para que possamos olhar por esta perspectiva. Além de tudo, as situações de não sucesso nos fazem olhar um lado que, com certeza, será de muito aprendizado. Ouvi esses dias algo que achei muito interessante: Precisamos ser boas, talvez ótimas. Não perfeitas. Esta busca pela perfeição, sem dúvida alguma, corre na contramão da boa qualidade de vida. Não deu para fazer hoje? Faz amanhã. Não consegue fazer tudo? Delegue. Sobretudo, permita que quem precisa assuma as próprias responsabilidades. Isso é, sobretudo, ser generosa contigo e com o outro. Se concentre nas coisas com calma, com prazer, aproveitando cada coisa que você vive. Serenizar e respirar.

Vamos aproveitar esta data para que olhemos para nós mesmas com carinho e, principalmente, refletindo o que podemos fazer por nós mesmas. Somente assim estaremos em condições de nos cuidarmos como de fato merecemos: sem culpas, sem hesitações, livres para escolhermos, inclusive, cuidarmos e sermos cuidadas.

Feliz março! Que seja um marco. Com carinho,

______

Natalia Mondoni, Instagram @psinataliamondoni

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima