Eternamente um aprendiz

Ricardo de Souza

 

Muitas vezes pelas escolas que passamos aprendemos a ler, escrever, manusear determinado instrumento ou ferramenta, todavia também precisa buscar escolas que nos ensinem aprender a aprender. Pode parecer um pouco sonhador ou filosófico, porém em um mundo que se modifica velozmente, se torna indispensável a qualidade de aprender continuamente, ou seja, de ser eternamente um aprendiz.

Talvez seja mais fácil entrar em uma sala de aula, adquirir um conteúdo que não precisamos refletir ou interpretar, e logo depois fazer uma prova daquilo que decoramos, talvez…

Talvez, também seja por isso que no Brasil encontramos altos índices de alunos formados, que não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas simples, denominados analfabetos funcionais, sem dúvida que esta discussão passa pela qualidade do ensino brasileiro, todavia a falta de um ensino voltado a educação contínua tem agravado os problemas clássicos da educação brasileira.

Como professor, fico muito triste ao trazer essa reflexão, entretanto ela se faz necessária, aprender a aprender é uma “chavezinha” que pode abrir um mundo de conhecimento mesmo diante dos problemas brasileiros, e me considero prova viva disso.

E esta aprendizagem contínua também se faz necessária para as faculdades, que precisam formar alunos que busquem conhecimentos para resolver os diversos desafios que surgem no dia a dia profissional, ou para exercer a criatividade, trazendo o novo (inovação) algo tão necessário para o desenvolvimento, que só é possível quando buscamos aprender mais.

O mundo mudou, e a educação precisa mudar também, afinal, o preparo para enfrentar os mais diversos desafios deveria partir dela. Escolas que preparam alunos para ambientes estáticos, prontos, com problemas simples, estão descoladas da realidade, pois a realidade é dinâmica, nova/inacabada, com problemas complexos

Se não posso mudar algumas deficiências do sistema de ensino atual, ao menos posso trazer reflexões como essa, para mudar a mentalidade em prol de formar eternos aprendizes.

Uma vez mais repito, que a aprendizagem precisa ser contínua, em especial em quatro pilares:

  1. Aprender a aprender: que é prosseguir no conhecimento, é a autonomia de buscar algo a mais.
  2. Aprender a fazer: sair um pouco da caixa, daquilo que já é dado e formatado, pois é só assim que surgem as inovações, abrindo espaço ao futuro, e não apenas fadado a um modo de fazer que pode estar ultrapassado, e não corresponde a necessidade atual.
  3. Aprender a conviver: a capacidade de aprender a lidar com a diferença dos outros, aprendendo a viver em comunidade e o valor da diversidade.
  4. Aprender a ser: e aqui se insere o ser humano como um todo, incluindo mente, corpo, espiritualidade, inclusão social.

Sim… Precisamos de uma educação contínua, e não apenas pontual!

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Ricardo de Souza é um aprendiz, professor de finanças e autor dos livros de Educação Financeira “Diálogo de Valor” e “O Dinheiro é Familiar” ([email protected])

 

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