Bullying – O Que o Motiva? (III)

O desejo do praticante se sentir popular, poderoso, temido é o motivador do bullying, o que explica as repetidas humilhações que faz à sua vítima. Isso evidencia o componente sádico de seus instintos e o gozo ao subjugar o outro. Por outro lado denota uma dificuldade em lidar com frustrações de forma civilizada.

Para o Dr. Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapa), “o autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar na qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no ambiente escolar”.

Tal ambiente é também social e por isso favorece o fenômeno. A pessoa que o pratica deve buscar ajuda, para evitar que sua agressividade se perpetue na vida adulta.

A existência de plateia é determinante para o bullying. Ela estimula o praticante apenas por testemunhar, o que supostamente legitimaria o lugar de poder. Por temer o bullying muitas vezes o espectador não toma partido e adota uma postura passiva diante dos fatos. Mas há o espectador que participa com torcida, risos, palavras de incentivo ao opressor, encarando a prática como parte do ambiente escolar. Para a pesquisadora Cléo Fante, “o espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque acha que pode sofrer no futuro”.

 

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“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste”. (Sigmund Freud)

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Há sete anos recebi o diagnóstico de depressão e há um ano tomo medicamentos. Ao relatar meus sintomas à psiquiatra fui chamada de mimada e outras coisas. Disse que não havia remédios no mundo para me curar e que só um psicólogo resolveria meus problemas. Senti humilhação e preconceito.

Ester, 29.

 

Atrás de um profissional há um ser humano e talvez ela seja uma exceção. O mais importante é o que sentiu.

Na cura da depressão o tratamento deve ser multidisciplinar. O depressivo vê o mundo de forma distorcida, esperando dos ‘responsáveis’ mais do que podem dar e esforçam-se menos do que deveria.

A depressão não é apenas uma questão de neurotransmissores. Esta é uma das diferenças entre os tratamentos médico e psicanalítico.

O diagnóstico recebido parece-me o mais perigoso de sua queixa. Ele se cola em você de tal forma que assume ser a própria doença. “Eu sou a depressão”, poder-se-ia arriscar. Enfrentará mais dificuldades na cura. Medicamentos lhe retiram a responsabilidade por seu sintoma, passando a ideia de cura sem implicação de seu desejo.

Sou da opinião que a médica a provocou em sua honra, pois depressão está intimamente ligada a ela (a honra). Alienado de si o depressivo percebe um mundo irreal. Posiciona-se como vítima e um profissional dificilmente será seu cúmplice. Se não estivesse medicada talvez vivesse outra situação.

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