Evolução, a teoria do macaco

Camilo Irineu Quartarollo

 

Darwin, um estudioso que não sabia calçar os próprios sapatos, mas terrivelmente honesto com base em seus apontamentos minuciosos lançou A origem das espécies.

O cientista feriu o macaco orgulhoso que temos dentro de nós, os monstros dos pântanos e lagartos que têm os dedinhos mais ágeis, mas somos humanos, “estamos no controle da natureza”. Bem, o covid é apenas um detalhe!

Os macacos talvez neguem sua ancestralidade com a gente. Em nome do nosso parentesco vou fazer algumas inferências, pois diriam os macacos que a vida desses selvagens humanos não vale uma banana. O humano que é ancestral do macaco! Quem melhor descasca uma banana? Os macacos! Humano não reparte com o grupo. Porfiam a vida toda por promessas e no final um humano, sozinho, fica com as bananas do bando. Os humanos não conseguem andar de quatro por muito tempo como um macaco e padecem de dores da coluna, viver no mato nem se fale. Os humanos queimam os hábitats, os animais, os frutos. Já viu algum macaco ateando fogo na mata? Humanos não suportam a catação de pulgas em bando, não se deixam molhar com as chuvas de primavera, não sobem em árvores altas para ver o amanhecer no nevoeiro.

Na verdade, todas as espécies e organismos, inclusive as que talvez existam em Marte, adaptam-se a transformações naturais para a sobrevivência das espécies, ao “evoluir” está se adaptando, assim como faz o vírus corona hoje, já se modificando. O que hoje é doença, há milhares de anos pôde ter sido uma importante defesa orgânica.

Que os macacos não nos ouçam, mas o caso mais emblemático da teoria de Darwin foi a pretensa origem humana, a raça mais bonita, imagem e semelhança divina – uma história que os animais não leram. Os livros bíblicos, gênero criação, não são obras a serem interpretadas no âmbito da ciência natural. É uma metalinguagem, são uma forma de contar algo que se entenderá melhor quando “se tiver idade”. Darwin não entrou no mérito religioso, estudou minuciosamente animais e plantas e, sem querer, deu o mote aos evolucionistas da “teoria de tudo”. Cada macaco no seu galho e além da ciência natural surgem estudos em outras áreas e algumas obras de fôlego, como na economia e teologia. São exemplos O capital, de Karl Marx, analisa o capitalismo pelo processo histórico, numa sucessão de ciclos e tomada do poder pelo proletariado. Do lado clerical, o Altíssimo que não precisa evoluir, estaria no topo final da evolução para a teologia do padre Teilhard de Chardin, com seu livro O fenômeno humano, no qual o humano evolui ao ressuscitado, tal obra deste padre francês influenciará mesmo a teologia do século XX.

De nada se aproveita a leitura que se ressente de um paraíso perdido, tomando-a ao pé da letra, desprezando o caráter transcendental, metafísico e sagrado destes textos do Gênesis, e pior, sem a esperança cristã de novos céus e nova terra.

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Camilo Irineu Quartarollo, escrevente e escritor independente, autor do livro A ressurreição de Abayomi dentre outros

 

 

 

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