Covid-19: Bebel denuncia que o Brasil teve mais de 500 crianças vítimas fatais

Professora Bebel defende que o retorno às aulas presenciais só ocorra quando a comunidade escolar estiver vacinada – Crédito: Divulgação

Em suas redes sociais, a presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT), diz que há muitos falsos argumentos que se utilizam para tentar justificar a reabertura das escolas para aulas presenciais, um deles é o de que, supostamente, crianças não seriam afetadas pela doença. Prova disso, a deputada compartilha reportagem publicada pela revista Crescer relatando de que 514 crianças de até cinco anos morreram no Brasil vítimas da Covid-19, e que infelizmente o País já contabiliza mais de 200 mil mortes, a terceira maior no mundo.
Portanto, com base na publicação, Bebel diz que a criança pode, sim, se contaminar. “Permanecendo assintomática, pode transmitir o vírus para outras crianças e também para adultos, ampliando exponencialmente o contágio na sociedade, podendo causar mortes entre pessoas do grupo de risco: avô, avó, tios e tias, pais e mães”, ressalta.
Agora, a deputada Professora Bebel diz que essa reportagem mostra que, além de transmissoras, crianças também são vítimas fatais da Covid-19. “Salvar uma única vida já representa vitória contra a pandemia. É preciso manter as escolas fechadas até que todas as condições (vacina, estrutura, condições para o cumprimento dos protocolos sanitários) estejam dadas para a volta às aulas presenciais.É o mínimo que se espera de governantes responsáveis.
De acordo com a reportagem, até 5 de dezembro, segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, mais de quinhentas crianças morreram de coronavírus. Bebês de até 1 ano somam 344 mortes. No mundo, até o dia 5 de dezembro, o coronavírus já infectou mais de 66 milhões de pessoas, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O Brasil é o terceiro país com o maior número de casos: 6,5 milhões. Em relação à mortes, foram mais de 1,5 milhões em todo mundo e, no Brasil, mais de 176 mil. A boa notícia é que o número de pessoas que se recuperaram também é alto: 64,2% no mundo.
No entanto, enquanto o foco são idosos e pessoas com condições graves de saúde — morreram mais de 117 mil pessoas de 60 a 89 anos — , os números apontam que até 5 de dezembro, mais de 6,8 mil crianças de até 5 anos foram infectadas; destas, 3.159 eram bebês de até 1 ano. Em relação aos óbitos, no mesmo período, 514 crianças de até 5 anos morreram de covid no Brasil. Somente bebês de até 1 ano foram 344.
Já a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, que pode estar ligada ao coronavírus, foram 511 casos no Brasil e 35 mortes. Ainda segundo o Ministério da Saúde, um total 1.132 bebês com até um ano morreram com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o início da pandemia, sendo 710 casos não especificados e 31 em investigação. As demais mortes foram por influenza, outros vírus respiratórios e agentes etiológicos.
CRIANÇAS INFECTADAS 

Em um dos maiores hospitais infantis de São Paulo, o Sabará, no mês de novembro, de acordo com a reportagem, se comparado ao mês anterior, aumentou 90% o número de crianças que testaram positivo para covid. “Em relação aos testes para SARS-CoV-2, entre os exames coletados durante outubro, tivemos 53 amostras positivas, enquanto em novembro foram 101, o que representa um aumento de 90%”, disse o gerente médico e infectologista Francisco Ivanildo Oliveira, na reportagem publicada pela revista Crescer.
O infectologista explica que diferentemente do que se acreditava, as crianças não estão contraindo covid nas escolas. “A grande preocupação com a reabertura presencial das escolas era de que elas contraíssem o vírus dos colegas e levassem para casa. No entanto, o que observamos é exatamente o contrário: a criança deixa de ir para a escola preventivamente, mas acaba pegando do pai, da mãe ou de um dos avós, em casa. Pegam de seus familiares”, explica. “Também não adianta levar a criança para a escola e achar que somente os cuidados que as instituições de ensino estão tomando são suficientes. Isso não é verdadeiro. Se a família se propõe a levar o filho para a escola, ela deve fazer sua parte e reduzir a sua própria probabilidade de se contaminar. Não adianta as escolas tomarem os devidos cuidados, se, no final de semana, os pais vão para uma festa ou a reuniões na casa de amigos. O problema está acontecendo fora das escolas”, enfatizou.
O infectologista disse ainda na reportagem que o aumento não deve ser motivo de alarde geral, mas, sim, de reforçar a adoção das medidas de prevenção da doença entre crianças e adultos. Como a pandemia já se prolonga por meses, uma das estratégias mais eficientes para viabilizar o convívio social é a formação de “bolhas sociais”. De acordo com ele, é uma maneira de minimizar o risco de transmissão da doença, pois, se ocorrer uma infecção, ela permanece na bolha e não será transmitida a outras pessoas. Por isso, é importante evitar contatos desnecessários, como participação em festas e eventos com pessoas que não fazem parte da sua bolha social. “A bolha social é ampliada a partir do momento em que tiramos as crianças de casa ou se os pais participam de atividades sociais”, finalizou Francisco.

 

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