Bullying – Como saber se é? (II)

Freud (1927) já havia apontado o conflito entre o homem e a civilização como condição da vida humana. Se o bullying é uma situação de conflito, como saber se é ou não bullying? Em todo bullying há conflito, mas nem todo conflito denota bullying.

Discussões que buscam equacionar soluções jamais podem ser consideradas bullying que visa medir forças através do confronto. Para a professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Dra. Telma Vinha, devem existir quatro itens no bullying: a) a intenção do autor de ferir seu alvo; b) a repetição da agressão física, moral ou psicológica; c) a existência de plateia para a vaidade do opressor; d) concordância da vítima ao responder a ofensa.

Importante salientar o último item como definitivo na caracterização do bullying, pois é o único que implica a vítima. Quando esta não é cúmplice ele fica sem efeito e deixa de existir. Por outro lado, a pessoa pode chegar ao suicídio, o que dependerá da capacidade de resiliência da vítima.

Ao contrário do que se possa pensar, o bullying sempre existiu. No entanto foi o professor da Universidade da Noruega Dan Olweus que no final dos anos 70 relacionou o termo. Ao estudar as tendências suicidas entre adolescentes ele descobriu que o fenômeno estava presente na maioria deles.

 

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“A vida tal como a encontramos é árdua demais para nós; proporciona-nos muitos sofrimentos, decepções e tarefas impossíveis. A fim de suportá-la não podemos dispensar as medidas paliativas. ‘Não podemos passar sem construções auxiliares’, diz-nos Theodor Fontane”. (Sigmund Freud)

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Meu amigo de infância foi assassinado num assalto. Parece que metade de mim se foi com ele, que parte da minha história foi apagada. Momentos juntos, risadas, bebedeiras, entre tantas lembranças! Mesmo não o vendo todo dia conversávamosdiariamente pela rede. O assassino continua tirando vidas e a Polícia não faz nada!

Bruna, 25.

 

A morte talvez seja a perda mais significativa que experimentamos na vida. Não há o que se fazer a não ser enfrentá-la e não se deixar estancar nesse ponto. Se isso acontece pode surgir um trauma. No entanto você tem muitas lembranças de bons momentos que tendem a se tornar o mais importante de agora em diante.

Todos nós somos insubstituíveis, mas nem por isso o vazio deixado pela ‘metade que se foi’ fica impedido de ser preenchido de alguma forma. As pessoas de seu meio ganham significados diferentes, novas coisas surgem na vida e vai-se superando. É um reaprender a viver, agora sem esse amigo no mundo real. Aliás, ele era cotidiano virtualmente, embora talvez o visse com frequência.

Nós seres humanos somos assim mesmo: às vezes quase nunca vemos alguém, mas o simples fato desse alguém existir, estar à nossa mão é o suficiente. E só na sua ausência podemos ter a exata medida da importância dessas pessoas.

“O amor só conhece a sua profundidade no momento da partida”, nos diz o escritor Khalil Gibran

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