Barjas Negri
O Parque Automotivo de Piracicaba foi articulado, planejado, executado e implantado entre 2007 e 2012, tendo sido inaugurado em outubro de 2012, num empreendimento que envolveu toda sociedade piracicabana, com apoio dos governos estadual e federal.
O Parque é formado pela montadora sul-coreana Hyundai e outras oito empresas fornecedoras de peças automotivas, que investiram mais de R$ 1 bilhão, possuindo instalações de mais de 208 mil m² e empregando milhares de trabalhadores. No decorrer do tempo, outras empresas se instalaram em Piracicaba, Rio das Pedras e São Pedro e se tornaram fornecedoras da Hyundai que, atualmente, produz o HB20 e o Creta. Nesses oitos anos foram produzidos e vendidos mais de 1,4 milhão de veículos para o Brasil e para o exterior.
O Parque Automotivo de Piracicaba teve a mesma importância do Distrito Unileste, criado nos anos 1970 pela administração do prefeito Adilson Maluf, que atraiu grandes empresas como a Caterpillar, contribuindo para a diversificação industrial da cidade, geração de novos e importantes empregos para mão de obra mais qualificada e com melhores salários. Mas, uma questão que a maior parte da população desconhece é a ampliação do valor adicionado/renda da cidade, fator importante para o recebimento do ICMS estadual, que é o mais importante tributo à disposição da Prefeitura. No caso da Hyundai e seus fornecedores tivemos um aumento significativo nas receitas do ICMS da Prefeitura ao longo dos últimos anos, que contribuíram para o financiamento de projetos urbanos e sociais tão necessários à população de baixa renda, como educação, saúde, esporte, cultura e assistência social.
Atualmente a Hyundai monta seus veículos e importa de sua matriz na Coréia do Sul os motores do HB20 e do Creta. A partir de agora vamos entrar numa nova etapa, ampliando o índice de nacionalização de seus veículos mediante a construção de sua fábrica de motores do HB20, numa área de 98 mil m² e construção de um prédio de 16.250m², dentro do próprio Parque Automotivo. Serão investidos ao longo dos próximos anos, mais de R$ 350 milhões que, além de gerar novos empregos na construção civil, vai gerar centenas de empregos no setor metal mecânico, dando oportunidade a jovens que fazem cursos no Senai ou nas ETECs.
A partir desse momento, abre-se nova perspectiva para que novas empresas de pequeno e médio porte do setor automotivo se instalem em Piracicaba e região, ao mesmo tempo que projeta-se o aumento do valor adicionado/renda da cidade, tão necessário à arrecadação do ICMS, com horizonte positivo para o financiamento dos programas sociais da Prefeitura a médio prazo.
Tudo isso é fruto de trabalho organizado e planejado ao longo dos últimos anos, com a participação de muitas entidades da cidade, em especial com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos, do COMEDIC e de diversas secretarias municipais, que sempre trabalharam pensando no futuro da cidade, em especial das novas gerações.
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Barjas Negri, economista, foi prefeito de Piracicaba em três mandatos, ministro da Saúde de FHC