Natalia Mondoni
Que 2020 foi um ano desafiador, disso ninguém duvida. Talvez seja o ano mais unânime, em termos de dificuldades. Desafios, prejuízos e, em alguns casos, até mesmo a perda de pessoas queridas, foram coisas que vivenciamos. E se pensarmos então em termos de metas e objetivos alcançados, quase que como uma voz uníssona dirá que a melhor meta foi chegarmos vivos e salvos até aqui.
Mesmo sendo muito complicado e dolorido olhar para o que vivemos, talvez seja de grande valia e apropriado pensarmos, para o próximo ano, em como podemos reagir diante das coisas e situações que vamos vivenciando durante a vida. De fato, a vida é mais sobre como reagimos do que, exatamente, àquilo que nos acontece. Então, se pensarmos desta maneira, é imprescindível que pensemos, para o próximo ano: Quem seremos? Como desejo ser no próximo ano?
Para respondermos a essa pergunta, é importante olharmos para tudo aquilo que nos estrutura como indivíduos e responder de forma sincera se conseguimos enxergar satisfação para além daquilo de imperfeições que vejo em mim. Para pensarmos sobre isso, talvez seja preciso botar as cartas na mesa, olhar para as características que são apreciadas por nós e nossos pares, porém tomar conhecimento daquelas que não nos apetecem, para que possamos visualizar a possibilidade de melhorar e ir em frente. Este movimento, acima de tudo, deve ser entendido como uma responsabilidade que nos cabe, uma vez que as nossas ações são as poucas coisas que controlamos, e que precisamos nos comprometer com a nossa própria existência. Além disso, é necessário olhar para nossas ideias e convicções, selecionando quais são norteadoras para nós e confiando em si mesmo para vivenciar o que é apresentado pela vida. E, não menos importante, olhar a vida de forma realista e sensata, entendendo onde quero chegar e o que poderá resultar dos meus atos.
Portanto, é um momento propício para pensarmos sobre como queremos nos construir como pessoas para 2021, principalmente para que possamos chegar fortalecidos e maduros para “viver tudo o que há para viver”, como já dizia o poeta. Que possamos assumir este compromisso com nós mesmos, para ontem. Com carinho,
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Natalia Mondoni, psicóloga; Instagram @psinataliamondoni