Elda Nympha Cobra Silveira
Estão inculcadas em nós situações ou recordações de outrora. Sentimos uma profunda nostalgia quando sai do nosso âmago a lembrança de um amor frustrado, ou alegrias derivadas de ocasiões corriqueiras, quando ao chupar uma bala de limão lembramos daquele beijo apaixonado, dado às escondidas no portão, ou no cinema. Também marejamos nossos olhos quando ouvimos uma música, e nos vem à lembrança nossa infância e juventude, ou saudades e imagens de pessoas que já se foram.
Não se deve pensar muito no passado porque ele não voltará, mas será o futuro melhor do que o presente ou que o passado? O futuro das nossas famílias será melhor?
A educação terá um avanço no padrão de ensino e isso mudará a vida dos professores e dos alunos? Haverá uma língua universal, como por exemplo, o esperanto ou outra mais cabível e aceitável para a época? A política será mais ética e movida por princípios que nivelem todas as ideologias num mesmo parâmetro de satisfação? Não haverá mais lucros advindos do trabalho escravo pelo uso do que inviabiliza a vida de classes menos favorecidas, necessitadas de emprego para poder prover precariamente sua família que muitas vezes foi deixada abandonada noutros estados do Brasil na esperança de encontrar um ordenado melhor, que se acaba por aqui mesmo. Voltam para sua terra muitas vezes de mãos vazias e desesperançadas depois de serem obrigadas a trabalhar em ambientes insalubres, fétidos e sem condições de higiene. Como solucionar o problema dos catadores de lixo, se para eles esse é um emprego prioritário? Não saberão como viver sem ele! É o que lhes sobrou! Catando lixo para sobreviver! Parece até cena de filme da época medieval.
Se o destino nos tivesse dado essa vida, o que seria de nós, de nossos filhos e netos?
Temos que lutar por uma mudança nessa enorme desigualdade social. Temos que lhes dar oportunidade de ascensão, com apoio do governo e de pessoas voluntárias encaminhando-os para o estudo, cursos sobre alimentos alternativos com usos das folhas e cascas de alimentos como fonte de economia e boa nutrição. Ensinando a fazer hortas, artesanatos e fazendo-os ter o hábito de ler desde crianças oferecendo-lhes livros já usados por nossos filhos.
Os livros têm que perambular depois de lidos, principalmente os infantis. As bibliotecas agradecem. Presenteie os filhos de suas funcionárias, doem seus aparelhos de informática para eles ou para casas assistenciais. Agindo assim é certeza que a prosperidade se volta para si e para os seus. Esse é o futuro que chegará para todos que agirem assim, repartindo o pão. O bom futuro será aquele em que a violência será suprimida, porque cada ser humano terá princípios próprios de como viver em sociedade.
Aí mora nossa esperança em um futuro de igualdade, liberdade e fraternidade.
Foram inventados tantos maquinários e serão produzidos outros tantos e muitos mais, mas o ser humano mesmo, aquele que exige perfeição de seus maquinários, não percebe o quanto ele mesmo é falho na sua estrutura quando não existe o amor, compreensão, bondade e respeito. Vamos ter esperança na terra prometida onde se jorrará leite e mel. Não pensemos que isso é uma utopia, mas façamos todos nossa parte que esse bom futuro virá.
Faça-o concretizar-se!
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Elda Nympha Cobra Silveira é escritora, artista plástica