Carlos Roberto Rodrigues
- O ano em que a nossa Constituição Brasileira começou a ditar os novos rumos do país após anos de regime militar que engessou o desenvolvimento de novas lideranças políticas, mas que ao mesmo tempo trouxe um surto de crescimento econômico expressivo .
No mundo tivemos acontecimentos que transformaram a vida nossa de cada dia : A derrubada do muro de Berlim , em 1989 ; a dissolução das Repúblicas Socialistas Soviéticas , em 1991 ; posteriormente com Margareth Thatcher e Ronald Reagan surgiu a globalização econômica com atuação predominante do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial; em seguida vieram as inovações tecnológicas com o advento da Internet e das redes sociais.
No Brasil, pós Constituição, tínhamos tudo para realizar a grande transformação econômica , social e educacional , tão necessárias para reduzirmos as gritantes desigualdades existentes no país e o aumento de oportunidades para a geração de emprego e renda e assim dar um grande salto melhorando a qualidade de vida de todos os brasileiros.
Porém não foi o que aconteceu. Quatro décadas de hegemonia política de centro esquerda não foram suficientes e nem eficientes para se conseguir o tão sonhado patamar de desenvolvimento sustentável. O país viveu fases de crescimento em “ V “ ou em “ voo de galinha “.
Essa mesma centro-esquerda, observada de perto pelos socialistas e tendo o seu aval, ao mesmo tempo que propunha trazer boas expectativas para o pais no plano social e econômico e maior felicidade para o povo, se perdeu no meio do caminho devido a gravidade do aumento da corrupção, aos desmandos político-administrativos e as propinas mostradas ao vivo pela televisão nas cuecas e meias de políticos antiéticos, inescrupulosos e altamente corruptos. Foi o inicio de uma fase na política nacional em que quase todos os partidos existentes indo do espectro à esquerda, à direita, passando pelo Centrão se locupletaram no grande assalto ao Estado Brasileiro.
Depois de tudo isso, vem a Democracia Brasileira e um Sistema Democrático de Votação, e com eles a possibilidade de mudança e renovação política através do voto livre, democrático e soberano do povo brasileiro.
Essa natural oxigenação na política de tempos em tempos é saudável e necessária, pois desperta na população brasileira uma maior conscientização e conhecimento dos desmandos governamentais, da má conduta, da falta de ética e transparência de governantes em todos os níveis executivos e legislativos (presidentes , governadores , senadores , prefeitos e vereadores).
O pior vem depois porque com a malversação do dinheiro público , a condenação de dirigentes políticos e a propina sendo mostrada a toda hora pelos órgãos de comunicação e redes sociais, há o sentimento de deterioração do convívio social através de mudanças de hábitos e posturas e dá-se muito mal exemplo às gerações atuais e futuras.
Que bom que existe a Democracia! Por exemplo, aqui em Piracicaba, passadas as eleições municipais em primeiro e segundo turnos, o povo através das urnas teve a oportunidade de propor a renovação política tanto na Câmara de Vereadores como no Executivo Municipal.
Anos e anos das mesmas lideranças políticas causam vícios, acomodações, negociatas públicas que no final limitam o crescimento da cidade, estancam o surgimento de novos atores políticos e comprometem o futuro sustentável da cidade.
Que boa é a Democracia! Agora temos um novo prefeito municipal que junto com o seu Plano de Governo, secretários, assessores e funcionários públicos de carreira, vem apresentar novas ideias, projetos e ações à sociedade, e ao mesmo tempo agregar novos grupos de pessoas, entidades civis, centros comunitários, classes politica e empresarial e propor a construção de um futuro melhor para a cidade.
Que boa é a Democracia! Assim teremos novas oportunidades de construir um diálogo mais transparente entre a prefeitura municipal e a sociedade civil, a discussão dos grandes problemas estruturais da cidade e a apresentação de projetos sustentáveis que ajudem a construir um novo futuro para a cidade e região já que é responsável pela liderança do Aglomerado Urbano que congrega 22 municípios em nosso entorno.
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Carlos Roberto Rodrigues, engenheiro agrônomo, presidente do Conselho Coordenador das Entidades Civis de Piracicaba