Os avanços sócio econômicos de Piracicaba neste século

Barjas Negri

 

Ao planejarmos o desenvolvimento econômico e social de Piracicaba nos primeiros anos do século XXI, procuramos disciplinar a ocupação territorial tanto para novos empreendimentos habitacionais como industriais, com criação e consolidação de distritos, como o Uninorte, Uninoroeste, Parque Automotivo, Alphanorte, TRX/CDL e o Parque Tecnológico. Ao mesmo tempo, várias regiões tornaram-se pequenas cidades, com equipamentos sociais, e com dinâmico centro comercial e de serviços, como Santa Terezinha, Vila Sônia, Mario Dedini, Vila Rezende, Piracicamirim, Paulista, Jaraguá, Água Branca, av. Raposo Tavares, entre outros, mudando o eixo central da cidade, aproximando a geração de empregos perto da comunidade.

Na área social ocorreu o maior avanço, com expansão e modernização de ampla rede de saúde pública, com equipamentos presentes em quase todos os bairros, com mais de 120 portas de atendimento como as 51 equipes de Saúde da Família que atendem quase metade da população na atenção básica, acompanhada por novas e modernas unidades, como o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), os hospitais Regional e Ilumina, Central de Ortopedia e Traumatologia (COT), UPA da Vila Cristina/Jaraguá, Policlínica de Santa Terezinha, Clínica de Fisioterapia. Os indicadores são expressivos, com redução de mortes prematuras e com o êxito do Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil, com envolvimento de toda rede de saúde pública e privada, da Pastoral da Criança, que provocou acentuada redução da mortalidade infantil, salvando a vida de 350 bebês nos últimos 16 anos. Só por esse indicador valeu o sacrifício e dedicação a Piracicaba nesse período.

Na educação não foi diferente, com avanços expressivos nos indicadores, destacando que, enquanto o Brasil atende 35% de crianças de 0 a 3 anos em creche, em Piracicaba esse indicador é um dos maiores do Brasil, com 70%; nossa pré-escola está universalizada há alguns anos, com 100% no atendimento de crianças de 4 e 5 anos. Temos algumas das melhores escolas públicas do Brasil e avanços significativos nos indicadores do IDEB, que são acima da média estadual e nacional.

A rede de proteção social, composta por Centros de Referência de Atendimento (CRAS, CAOF, CASE e outros equipamentos), compõe equipes multidisciplinares que trabalham, e bem, com a população mais vulnerável. Na cultura e no esporte não poderia ser diferente com a democratização desses serviços públicos espalhados por todos os bairros da cidade, como centros culturais, centros de lazer, academias, campos de futebol, ginásios esportivos, pistas de caminhada, entre outros, que possibilitaram a melhoria da qualidade de vida da população.

Na sustentabilidade e meio ambiente somos referência, com constante plantio de árvores, ultrapassando 1,5 milhão de novas mudas, água e coleta de esgoto para todos, tratamento de esgoto em proteção aos nossos rios, córregos e ribeirões, implantação de parques regionais, coleta seletiva e coleta de resíduos e sua disposição final, onde 30% do resíduo da cidade já é transformado em energia, a maioria de nossas favelas foi transformada em bairros, com quase toda infraestrutura urbana.

Tudo isso contou com a participação popular, por meio de mais de 30 Conselhos em funcionamento, com Entidades de Classe, do Orçamento Participativo e do cidadão comum que participou do 156, das reuniões e assembleias de bairro, dando sua contribuição.

No entanto, nem tudo foi resolvido e tivemos momentos adversos, como a crise econômica de 2008/09, de 2015/16 e da pandemia de 2020, que prejudicou o comércio, os serviços, a indústria, a construção civil e as finanças públicas, ao mesmo tempo que provocou muito desemprego, em especial entre os mais jovens. É preciso um olhar especial a essa questão, que vai requerer esforço enorme, com oferecimento de qualificação profissional para esses jovens, até que a economia brasileira volte a crescer e absorver boa parte desses jovens no mercado de trabalho.

Avançamos muito nos primeiros 20 anos deste século, mas é preciso avançar muito mais e todos, sem exceção, precisam participar desse processo, uma vez que a pandemia do Coronavírus ainda está presente em nossa cidade, fazendo muitos estragos na economia e na saúde das pessoas e, enquanto não vacinarmos a maior parte da população, teremos que enfrentar muitos e sérios problemas.

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Barjas Negri, economista, prefeito de Piracicaba

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