Plinio Montagner
Este texto é o resumo da história que um amigo me contou há aproximadamente trinta anos no tempo em que viveu na Alemanha e Áustria, em que mostra a religiosidade do Natal, das festas natalinas e dos episódios sobre o surgimento da canção “Noite Feliz” que antecederam à noite de 24 de dezembro de 1818 na cidade de Oberdorf.
A Áustria, sendo um país em que a religião é quase totalmente católica, é o centro da festa de Natal da Europa em que as solenidades seguem fiéis à tradição e aos costumes antigos que os turistas adoram.
É a maior festa do ano, muitos preparativos, eventos religiosos e sociais. Nos lugares mais afastados, como as pequenas aldeias e os Alpes, e favorecidos pela neve, a importância do Natal se revela pelas crianças que recebem a visita do Papai Noel.
No dia 24, ao cair da noite, o país fica totalmente paralisado, inclusive o trânsito, pois todos estão em suas casas com a família, entregar os presentes, e após a ceia, exatamente à meia-noite, ir à Missa do Galo.
A decoração, os abraços, as carnes variadas, bolos e tortas especiais de frutas compõem a ceia. Alois lembra que a ceia não é o mais importante porque o Natal é uma festa, acima de tudo, religiosa.
A canção Noite Feliz – (Stille Nacht, Heilige Nacht, em alemão, Silent Night, Douce Nuit, e outros nomes) é cantada em mais de 300 países, em várias línguas, vários povos e religiões, inspirando alegria e esperança na humanidade.
Desde a infância aprendemos a cantá-la e a tocá-la, porém poucos conhecem sua origem e alma de como foi feita.
Seguem alguns trechos da história:
Há precisamente 200 anos era véspera de Natal de 1818. Franz Gruber (1787 – 1863) esboçava um sorriso contente ao receber de seu amigo, o capelão Josef Mohr (1792 – 1848), o texto original da canção “Stille Nacht” (Noite Silenciosa).
Já não lhe restava muito tempo, pois a canção deveria ser cantada naquela noite na Igreja de São Nicolau de Obendorf. Franz Gruber retirou-se ao seu quarto de trabalho. Lia e tornava a ler o texto de Mohr enquanto lhe passava pela cabeça a melodia embrionária da composição que pretendia aplicar, até que, finalmente, chegou-lhe a inspiração melódica.
Pega a guitarra e começa a tocar os primeiros tons. E pensou: “isso mesmo, deve ser assim”!
Saiu da cadeira para a escrivaninha e começou a escrever apressadamente, em tracinhos verticais, numa forma cheia de pautas e notas. Em pouco tempo estava pronta a obra destinada que se tornou a melodia natalina mais famosa do mundo.
De volta à morada de seu amigo Mohr, de imediato também ficou entusiasmado com a melodia; e juntos começaram a cantá-la.
Pouco antes da meia-noite de 24 de dezembro de 1818, a pequena igreja de Obendorf estava apinhada.
Alguns instantes antes que o sino badalasse as horas da meia-noite ecoavam sons de uma guitarra. Tomados de surpresa, tudo se quedou num silêncio profundo! Naquela noite o Capelão Josef Mohr e Franz Grubeer, com seus componentes do coral, cantavam pela primeira vez na igreja de São Nicolau de Obendorf – “Stille Nacht, Heilige Nacht” -, a nova canção de Natal.
Poucas horas depois, Franz Gruper abria a porta da sua pequena escola em Arnsdorf. Nem de longe suspeitava que muitos anos depois aquele educandário de ensino primário fosse o germe da mais bela canção natalina em sua marcha irresistível para o sempre.
O principal motivo do Natal pertence ao amor em dimensão imaterial e divino de que trata Bíblia. A Bíblia não aborda intencionalmente só o amor entre as pessoas, mas o amor entre elas e Deus.
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Plinio Montagner, professor aposentado
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