Walter Naime
O que vamos falar não é de como plantar a árvore que produz banana.
Você se lembra na infância quando a gente fazia competição de como “plantar bananeira”?
Era uma competição que formava o equilíbrio do corpo sobre os dois braços, com a cabeça ficando para baixo e as pernas para cima, e andava com as mãos. Um exercício físico que exigia treino. Era muito divertido olhar o mundo de ponta cabeça quando éramos inocentes.
Esse exercício aparece agora por imposição do coronavírus só que agora com as juntas do nosso corpo enferrujadas as dificuldades aumentam à medida que passam os dias.
A pandemia colocou o mundo de “ponta cabeça”, pois o “diabinho invisível” provocador de mortes, se instalou no planeta descontrolando os sistemas de saúde, os sistemas hospitalares, os sistemas de abastecimentos, os sistemas de transportes, o sistema de governo, os sistemas de ensino, os sistemas de comunicações, os sistemas de produção e até os sistemas funerários, com efeitos diretos nos sistemas econômico-financeiros. Chegou o “coronaeconomicus”.
Como podemos notar o “coronaeconomicus” é pior que o coronavírus, porque ele é consequência do primeiro, e pode ser considerado a “segunda onda”.
Nessa tentativa de entender para onde vamos, acredita-se que depois de acordarmos assustados e termos vivido o primeiro impacto da praga que atingiu o planeta nos deixando “borrados de medo” na procura de nos defender, quando as mentiras e as políticas estão nos deixando atordoados ao enfrentar o “coronaeconomicus”.
Não eram poucos os desequilíbrios da governança brasileira e ainda surgia em março de 2020 o coronavírus que nos deixou com a visão turvada não sabendo para onde estamos indo.
Com o entendimento que o mundo ficou de “cabeça para baixo”, como é possível enxergar o mundo como ele passou a ser?
Encontramos um jeito de executarmos essa proeza.
Se quisermos enxergar o mundo como ele era vai ficar difícil para uma aproximação com a realidade e teremos que como adultos “plantar bananeira”, para sincronizar a nossa visão com que está acontecendo.
Essa nova posição de ficarmos de “cabeça para baixo” para podermos entender a “realidade do agora”, vai custar caro para a adaptação na nova forma de viver.
Com tudo isso começa agora os efeitos da segunda fase do processo onde o “coronaeconomicus” toma conta do caminhamento da evolução humana.
Presos sem poder produzir, ficando em casa com o desemprego aumentando, nós os mascarados com as contas vencendo, com todos os desdobramentos e dificuldades que surgem precisamos nos reorganizar para dar continuidade ao iniciado.
É necessário que estejamos atentos e disponíveis à aceitação dessa posição de “andar de pernas para cima”.
Os primeiros efeitos dessa realidade estão aparecendo com os custos dos produtos se elevando de um modo geral, principalmente os de subsistência apresentando altas que os programas econômicos não estão absorvendo e a vida ficando mais cara.
Sobe o custo da energia elétrica, custo da gasolina, custo do gás, custo do transporte, custo da água e com todos os custos surgem aborrecimentos.
A vida está mais cara e a morte continua pondo em execução os seus planos.
Nada de parcelamento! Parcelamento só para a esperança.
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Walter Naime, arquiteto-urbanista, empresário.