Eliana Teixeira
Uma lentidão no processamento dos dados do supercomputador do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que recebe todas as informações do Brasil inteiro, atrasou no último domingo (15), o início e o término da contabilização dos votos das eleições municipais no País, principalmente, no Estado de São Paulo. Como se não bastasse toda a tensão dos últimos meses, por conta da pandemia, candidatos, militantes, eleitores, aguardavam com ansiedade a contabilização eleitoral, que apesar do atraso, não sofreu prejuízo em relação aos dados computados no processo de votação. E o resultado saiu: após 16 anos, Piracicaba terá segundo turno, com Barjas Negri (PSDB) e Luciano Almeida (DEM).
O atual prefeito e candidato à reeleição, Barjas Negri, teve 56.760 (34,33%) votos e Luciano Almeida, 25.786 (15,60%). Os dois vão decidir a eleição no dia 29 de novembro, com o cenário do primeiro turno que inclui uma abstenção de 30,5%, o que representa 88.795 eleitores que não compareceram às urnas, além de 8,10% votos em branco e 10,14% nulos. Caberá aos candidatos motivarem, pelo menos percentuais significativos de piracicabanos que não compareceram às urnas, votaram em branco ou nulo, para que no segundo turno escolham as propostas que considerarem mais objetivas.
BARJAS NEGRI
Barjas Negri declarou ter feito uma boa campanha. “Enfrentamos oito oponentes importantes, que apresentaram seus planos de governo, cada qual ao seu modo, e estamos com confiança de garantir um segundo turno, para que a gente possa debater com o candidato da oposição”, ressaltou.
Ainda na noite da apuração dos votos, no Cartório Eleitoral, Barjas enfatizou que sempre trabalhou com a possibilidade de haver um segundo turno, considerando que a conjuntura atual – situação de pandemia, controle de comércio e de serviços, além de muitas pessoas na cidade terem perdido renda, emprego – levou a esse cenário. “Os 11 candidatos exploraram bem essa questão e a gente espera que o candidato no segundo turno venha com propostas para melhorar a cidade de Piracicaba, avançando mais da forma como estamos fazendo até agora”, afirmou.
Barjas disse ainda que não pretende mudar de tática neste segundo turno eleitoral. “A gente continua sem agredir ninguém, sem criticar ninguém, apresentando as propostas para melhorar as condições de vida da população de Piracicaba. Não foi isso que ocorreu com a maior parte dos candidatos de oposição. Eu espero que o candidato de oposição no segundo turno possa debater os problemas da cidade”, enfatizou.
Na avaliação do atual prefeito, entre os veículos de imprensa e mídias sociais, o que mais pesa numa campanha é a mistura de tudo isso. “As pesquisas demonstraram que quem teve um bom trabalho em mídias sociais, estava com uma boa intenção de voto, assim como aquele que teve um bom trabalho de rua, de panfletagem e apresentou propostas. Acho que a campanha tem que ser um misto de tudo isso, como foi no primeiro turno e a gente não vai mudar”, afirmou.
LUCIANO ALMEIDA
Por meio de suas redes sociais o democrata Luciano Almeida agradeceu ao apoio recebido nas urnas, lembrando que a mobilização e engajamento devem continuar durante a disputa do segundo turno. “Atingimos o objetivo inicial, que era chegar ao segundo turno, disputando a preferência do eleitor que tinha mais de uma dezena de candidatos para escolher, numa situação atípica em Piracicaba”, frisou.
Agora, conforme Luciano, o momento é de construir alianças com todos os segmentos da sociedade insatisfeitos com a atual administração. “As urnas mandaram um recado bem claro, mostrando que uma parcela significativa da população quer mudanças imediatamente na Prefeitura Municipal”, comentou.
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