Álvaro Vargas
Os conflitos bélicos entre as nações fazem parte da história de nossa humanidade. Mesmo a Europa, o continente mais desenvolvido do planeta, protagonizou duas Guerras Mundiais no século passado, com vasta destruição de cidades e mais e cem milhões de mortes. Seria esperado que 2000 anos de cristianismo fossem suficientes para a humanidade tornar-se mais fraterna. Mas o egoísmo humano criou barreiras comerciais, gerando crises econômicas; como consequência, temos uma corrida armamentista que não prenuncia um cenário animador. Nesse ambiente belicoso, torna-se difícil a criação de um governo central na Terra, estabelecendo normas baseadas nos princípios da justiça e da fraternidade, para as decisões de ordem econômica e comercial entre as nações.
Entretanto, Jesus, o governador espiritual da Terra, quando a população mundial era inferior a 200 milhões de habitantes, considerou a criação de uma “nação mundial”, com respeito aos livres arbítrios, individual e coletivo, que nos permite escolher o nosso próprio caminho (limitado pelo Alto). O espírito Emmanuel (A Caminho da Luz, cap. 15, Chico Xavier), cita que “as forças espirituais tentaram o aproveitamento dos romanos na direção suprema do mundo. Todos os recursos possíveis foram prodigalizados inutilmente à cidade imperial. A canalização de consideráveis riquezas materiais, possibilitando a consolidação de um Estado único no planeta, não fora esquecida, ao lado de todas as providências que se faziam necessárias, do ponto de vista moral. Em vão, transplantara-se para Roma a extraordinária sabedoria ateniense e a colaboração de todas as experiências dos povos conquistados. Mas os espíritos encarnados não conseguiram a eliminação dos laços odiosos da vaidade e da ambição, sentindo-se traídos em suas energias mais profundas, contraindo débitos penosos, perante os tribunais da Justiça Divina”.
A marcha do progresso da humanidade segue conforme os desígnios divinos e de acordo com Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, questão 781), o homem não pode detê-la, muito embora possa entravá-la, algumas vezes. Mesmo com o insucesso na formação de um estado central organizado, as sementes plantadas pelos missionários de Jesus permitiram uma melhor organização das nações que surgiram ao longo do tempo. Segundo o espírito Emmanuel, devido ao fracasso de Roma em criar um governo central, na época assinalada pela maioridade espiritual da humanidade (encarnação de Jesus), o nosso futuro espiritual foi comprometido com séculos de expiações, e somente agora, conhecerá um reajustamento, na transição (planeta de provas e expiações para mundo de regeneração) que está ocorrendo em nosso orbe.
Na presente situação, com quase oito bilhões de almas reencarnadas no planeta, os espíritos esclarecem que o progresso não reunirá todos os povos numa só nação, devido às diversidades dos climas e costumes, que criaram necessidades diferentes entre os habitantes das diversas regiões do planeta (O Livro dos Espíritos, questão 789, Allan Kardec). Mas a própria evolução moral da humanidade unirá os povos através dos princípios ensinados por Jesus. O “Velho Continente”, depois de séculos de guerras atrozes, deu lugar a formação da União Europeia; hoje com vinte e sete estados-membros, demonstra a viabilidade da formação de um governo centralizado que coordene de forma eficiente os recursos naturais e econômicos de todo o planeta. Entretanto, será necessária a conclusão da transição planetária da Terra, que está ocorrendo, com a emigração para um planeta primitivo dos indivíduos recalcitrantes no mal, e a imigração de espíritos moral e intelectualmente evoluídos, reencarnando entre nós; esse processo deverá estar concluído até o final deste século. Tenhamos fé em Deus e conduta conforme os ensinamentos de Jesus.
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita