Cantinho da APFP: Serviço de acolhimento

Nos serviço de acolhimento para pessoas adultas que se encontram em situação de rua é comum percebermos diversos movimentos de munícipes que vem contra ou a favor do que propõe a política de assistência social, enquanto luta e defesa de seus direitos e subsídios para o resgate do sujeito enquanto pessoa.

O enfoque principal a ser tratado neste é sobre o quanto é importante o cidadão buscar informações sobre os serviços existentes e seus objetivos, uma vez que existem diversas atuações governamentais diretas e indiretas através de organizações da sociedade civil, que exercem funções de acolhimento, resgate e fortalecimento de vínculos, reintegração social e desenvolvimento de sua autonomia e independência no retorno para suas atividades de vida diária e prática.

O objetivo dos acolhimentos não são integrais e sim pontuais, de forma a preparar o indivíduo para ser reintegrado à sociedade.

Nesse sentido as ações acerca das doações, caridade, voluntariado seria muito mais efetiva e funcional se realizada de forma organizada, uma vez que os fatores que os mantém em situações de rua em sua maioria não são a falta de alimentos ou de roupas, existem diversos projetos que oferecem esse tipo de atendimento a essa população, como eles mesmo dizem a maior dificuldade é a falta de oportunidade. A quantidade de preconceito que enfrentam quando buscam trabalho, a dificuldade na luta para vencer a questão da  drogadicção que não é falta de vontade, e sim já é reconhecida a dependência química como uma condição de saúde mental e que se deve olhar para isso de forma mais atenta e pontual.

São interessantes as denúncias que munícipes trazem quando pessoas em situação de rua estão ali, perto de suas casas, alguns até procuram ajudá-lo, oferecem comida, uma roupa, porém a realidade é que existe uma rede de atendimento para esse público, que conta com um sistema de tecnologia de informação, no qual este arquiva em forma de prontuário os dados dessa pessoa atendida, inclusive pelos atendimentos que a mesma já passou, ou se caso for primeira vez, sendo em cada caso já encaminhado para o respectivo serviço como preconiza a tipificação de serviços socioassistenciais, porém o mais importante é respeitar o desejo do sujeito em ser acolhido ou não, portanto, além de muitos serem  reincidentes desse sistema,  muitos já evadiram ou ainda não desejaram ser acolhidos, infelizmente eles acabam cedendo as ruas pelas facilidades e vícios que a mesma proporciona.

A maior luta esta  em mantê-los acolhidos.

Em Piracicaba contamos com 2 serviços de acolhimento 24 horas, entre eles o Nas Nucleo de Apoio Social Novos Caminhos e o Espaço Vida Nova, que somatizam um total de 150 vagas, 1 albergue noturno com capacidade para 33 vagas  para migrantes e trecheiros e 1 Centro Pop que funciona de segunda a sexta em horário

reduzido no qual esse presta os primeiros atendimentos e encaminhamentos necessários e ainda contamos com o SEAS, um serviço móvel de abordagem que atende as pessoas ali sobre os diversos espaços públicos, oferecendo levar o sujeito imediatamente até os  “abrigos” mas lembrem-se o mais importante, muitos escolhem não serem atendidos, não suportam o acolhimento, justamente pela “liberdade” que eles justificam ter nas ruas.

Embora esses serviços atuem de forma articulada, objetivando o resgate desses indivíduos, seja acolhendo-os, oferecendo encaminhamentos para o provimento de cuidados básicos em saúde, higiene, alimentação, educação, reintegração familiar, social.  Muitos  fatores prejudicam tal objetivo, uma vez que para se chegar a esse resultado existe um longo caminho que muitas vezes eles mesmos desistem, acabam rompendo com o acolhimento, é nesse momento que se inicia o ciclo vicioso da reincidência.

Não há como atuarmos de forma contraditória, o desejo da pessoa deve ser respeitado, se eles desejam ser acolhidos, se desejam ser desligados e ainda como eles escolhem passar  por esse processo interior.

Muitas vezes eles não aderem ao trabalho terapêutico que lhe é oferecido e sem a sua vontade não há como interagir.

É importante a participação da população em qualquer circunstância, mas nessa situação se faz necessário podermos contar com o apoio de cidadãos

conscientes, com saberes e conhecimentos sobre essa realidade, sobre os serviços que seu municipio oferece e suas características para que juntos possamos contribuir de forma saudável e produtiva, sem assistencialismo e sim através de protagonismo.

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