Um grupo professores aproveitou a presença do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, ontem (8) em Piracicaba, para pedir a ele o adiamento do retorno das aulas presenciais em função da pandemia do coronavírus. O encontro acabou ocorrendo na porta da Escola Estadual Professor José Martins de Toledo, no bairro de Artemis, onde o secretário esteve, no meio da tarde, para vistoriar a atual situação do estabelecimento de ensino, conforme sua assessoria informou, após ter passado pelas escolas João Guidotti, Honorato Faustino e Manasses Ephrain Pereira com a mesma finalidade.
No encontro bastante amistoso, acompanhado pela direção da escola, por alguns funcionários e por líderes do bairro de Artemis, os professores, carregando faixas contrárias ao retorno das aulas e em defesa da vida, manifestaram preocupação com a possibilidade do retorno às aulas presenciais, por colocar tanto a comunidade escolar em risco como familiares dos alunos.
A presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT), inclusive, já teve dois encontros neste semestre com o secretário Rossieli, colocando a posição da entidade contrária ao retorno das aulas presenciais neste momento, em defesa da vida. A diretora estadual licenciada da Apeoesp por Piracicaba, professora Leonor Peres, que carregava faixa contrária ao retorno das aulas presencias neste momento, em função de que o platô da covid continua alto no Estado de São Paulo, lembrou o secretário que ser acometido pela doença não é nada fácil. “O senhor mesmo teve Covid e sabe o mal que causa”, falou.
Os professores disseram que é obrigação do Estado proteger a comunidade escolar e os alunos, “uma vez que se contraírem a doença irão levar para suas casas, e certamente, seus familiares não terão as mesmas condições que o senhor teve para cuidar desta doença”. Diante disso, alegaram que: “não seria oportuno aproveitar este momento para reorganizar as escolas para retornar as aulas quando a pandemia estiver controlada?” Em resposta, o secretário disse que nenhum aluno ou professor é obrigado a retornar às aulas e garantiu que os que optarem em irem para a escola, para solucionarem dúvidas, que possam ter nas aulas remotas, terão totais condições sanitárias.
Os professores também rechaçaram proposta contida no Projeto de Lei 529, que tramita na Assembleia Legislativa, que propõe elevação da alíquota de cobrança do Iamspe para o funcionalismo.
Professores pedem adiamento do retorno das aulas presenciais
9 de outubro de 2020