Professora Bebel
O Partido dos Trabalhadores fez e faz história nesse país e só não vê quem não quer! Faço esta afirmação para contrapor, com fatos, o artigo “Porque o PT não é de esquerda”, do empresário Carlos Roberto de Góes, publicado em A Tribuna Piracicabana no último dia 25, que está confundindo alhos com bugalhos, porque o PT é o maior partido de esquerda não só do Brasil, mas também da América Latina, inclusive imperando em suas diversas instâncias um processo democrático interno jamais visto.
Não é só questão de ser de esquerda ou direita, é fato, sim, que o PT, nos governos Lula e Dilma Rousseff, mudou a realidade do povo brasileiro e para muito melhor, assim também tem sido a postura dos nossos prefeitos, senadores, deputados e vereadores, em atuar no combate a desigualdade e em projetos sociais para ajudar a população mais carente, além de atuar firmemente em políticas voltadas à melhoria permanente da educação e saúde, mas assegurando o desenvolvimento econômico sustentável. Sobre os fatos, quando Lula ganha a eleição em 2002, o Brasil vivia uma crise e o país andava de lado, com o desemprego atingindo 11,2% dos brasileiros economicamente ativos, enquanto o salário mínimo era de 50 dólares, enquanto o dólar estava a pouco mais de R$ 4,00, além de a inflação estar em 8,45% e de quase 15% pelo Dieese, e boa parte da população brasileira passava fome. Tão é verdade que ao assumir a presidência do Brasil, em janeiro de 2003, o presidente Lula, implantou o programa “Fome Zero”, que tirou o país do mapa da fome da ONU, com a pobreza extrema caindo de 14% para 3,5%.
Nos governos do PT, o salário mínimo chegou a 300 dólares e à época o preço do arroz tipo 1 custava cerca de R$ 4,00, e a gasolina menos de R$ 2,00. No governo Bolsonaro, este, sim, de extrema direita e que o articulista não faz uma única crítica, assim como não apresenta nenhuma medida de impacto positivo para o provo brasileiro nesses 21 meses desta gestão, esse mesmo arroz chegou perto dos R$ 50,00, enquanto que o dólar se aproxima da casa dos R$ 6,00 e o salário mínimo é de aproximadamente 170 dólares, portanto uma redução superior a 46% ao praticado nos governos do PT, sem contar o preço altíssimo dos combustíveis e dos demais produtos da cesta básica. Isso é fato! Também conseguimos atingir o pleno emprego no país no governo Dilma, com menos de 4% da população ativa desempregada. Atualmente, o desemprego, infelizmente, atinge mais de 13% da população ativa, não tendo uma única família brasileira que não esteja convivendo com este drama.
No governo Lula, 36 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza e passaram a ter casa própria, carro e até viajar de avião, coisa até então acessível somente para a nossa elite. Mas com o golpe orquestrado contra a presidenta Dilma, que teve como principal motivo fazer as reformas trabalhista e da Previdência, que atingiu em cheio a classe trabalhadora e os mais pobres, assim como entregar nossas principais riquezas a capitais internacionais, a nossa população já sente na pele a perda destes avanços. Por outro lado, estas reformas foram feitas e não têm surtido os efeitos prometidos pelos governos Michel Temer e Bolsonaro, e seus cúmplices fascistas, e atualmente a extrema pobreza voltou subir no Brasil, com 13,5 milhões de pessoas sobrevivendo com até R$ 145,00 mensais, conforme dados do próprio IBGE.
Nos nossos governos fizemos programas sociais como o Bolsa Família, que ajudou a combater a fome e a pobreza, assim como o Prouni, que levou milhares às universidades; o Enem, que deu acesso a todos estudantes em participar com igualdade por uma vaga nas universidades públicas; o Fundeb, que destina recursos para a melhoria permanente da educação; isso sem contar o Minha Casa Minha Vida, que garantiu moradia a 4,3 milhões de brasileiros que puderam passar a ter sua casa própria, além de estabelecer os royalties do petróleo do pré-sal para a melhoria permanente da saúde e educação, mas estas medida dos presidentes Lula e Dilma foram ou vem sendo desmontadas após o impeachment que levou Temer à presidência e continua no governo Bolsonaro.
No espectro político, a esquerda se caracteriza pela defesa de uma maior igualdade social e esta tem sido a marca do PT, o partido que tenho orgulho de militar desde o final dos anos 80 e hoje ser deputada estadual, porque temos preocupação com os cidadãos e cidadãs que estão em desvantagem e em desigualdade na sociedade. Portanto, não dá para confundir alhos com bugalhos. Somos de esquerda, sim, e com muito orgulho.
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Professora Bebel, deputada estadual pelo PT, presidenta da Apeoesp