Francys Almeida
A política em Piracicaba tem sido marcada por fatos inusitados e atualmente temos três ramos que tentam se ligar à árvore do Bolsonarismo.
O primeiro é o PSL, ex-partido do atual presidente, que no município é rompido com Bolsonaro, mas força uma ligação com apelo na segurança pública, conta com militares, policiais e entusiastas da violência. E ao que parece não tem uma chapa relevante de pré- candidatos a vereador, apesar do apoio do candidato Luciano Almeida (DEM) para formar uma chapa competitiva; nos bastidores, fala-se num acordo sendo costurado com os Democratas.
O Patriotas é o famoso partido pega tudo, sem ideologia, negou ao próprio Bolsonaro a chance de ser candidato à Presidência, mas agora tenta surfar na onda do Bolsonarismo, conta com Érica Gorga como pré-candidata a Prefeita, após ter seu nome recusado no partido Novo, que de novo não tem absolutamente nada. No entanto, a chapa de vereadores é muito boa, com figuras conhecidas e com possibilidade de fazer vereadores, apesar de um ou outro extremo, fazem política e apresentam soluções.
Já o Avante é um misto de contradição, o próprio partido, que é originalmente de esquerda, sendo o antigo PTdoB, base de apoio ao trabalhismo e sindicalismo, compôs em 2018 com Ciro Gomes, mas na cidade se apresenta como Bolsonarista. O pré-candidato a prefeito é Edvaldo Brito, sendo sua segunda disputa para o pleito municipal. Foi candidato pelo PCdoB, aliado ao PT, obtendo pouco mais de três mil votos e, em 2018, candidato a deputado com menos de 700. A chapa de vereadores tem uma ou outra figura conhecida, mas são marcados por violência nas redes sociais, inaptos para o debate democrático, apenas se limitam a xingar, desqualificar e ameaçar quem se opõe a qualquer opinião ou fizer algum contraponto e, provavelmente, essa será a ‘Direita’ mais ligada com o radicalismo irracional do bolsonarismo.
Porém, achar que os quase 70% dos votos do Bolsonarismo vão se dividir entre esses três campos é uma ilusão primária, tendo em vista o antipetismo ser muito forte na cidade não implica que todo esse percentual seja bolsonarista.
O quadro é muito complexo, o eleitorado tem se manifestado de uma maneira geral pelo Centro, buscando equilíbrio, e talvez isso explique a liderança do atual prefeito nas principais enquetes. Apesar de parecerem próximas, as eleições 2020 ainda vão mobilizar muito debate, mas que não haja ilusão nas três ‘Direitas’ com o resultado que se desenha na cidade.
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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional