João Umberto Nassif
Alexander Muniz de Oliveira é Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em primeiro mandato, mantém sua família em Piracicaba, mais propriamente em Ártemis. Aos finais de semana desloca-se de São Paulo até onde estão seus familiares. Com naturalidade e com saudade, lembra-se de quando era menino, dos amigos de infância e adolescência, dos pais trabalhando muito. E lógico das brincadeiras próprias de uma época que a tecnologia tomou posse. Alexander é chamado na informalidade, por Alex. Nascido em Piracicaba, a 17 de setembro de 1976. É filho de Antonio Conus de Oliveira e Maria Muniz de Oliveira que tiveram ainda as filhas Rita e Giuliana. O sobrenome Conus está disperso no mundo todo, porém prevalece na Suíça.
Qual era a atividade profissional do pai do senhor?
Meu pai sempre foi metalúrgico. Minha mãe sempre trabalhou na área da saúde, foi enfermeira, aposentou-se no SAMU. O meu pai trabalhou na empresa Dedini. Foi uma época boa! Fui naquelas festinhas que havia nos finais de ano, Dia das Crianças, participei muito disso. Lembro-me da Cooperativa da Dedini, minha mãe ia fazer compras lá, fazia compras no Aliberti, ali na Vila Rezende. Frequentávamos o dentista que era para atender aos funcionários que trabalhavam no Dedini e seus e familiares. Lembro-me de quando ia visitar o meu pai no seu trabalho, na Dedini.
Em que setor o seu pai trabalhava?
Ele começou como torneiro mecânico. Depois ele foi trabalhar com orçamentos. Já era serviço de escritório.
O senhor sempre morou em Piracicaba?
Quando eu tinha um ano de idade, a nossa família mudou-se para Ártemis. Meus pais moravam na Vila Rezende, perto do Quartel dos Bombeiros. Saiu um conjunto habitacional em Ártemis, meus pais mudaram para lá. Lembro-me de que as casinhas eram todas iguais, não tinha asfaltos nas ruas, haviam só as calçadas e as ruas de terra, com o passar do tempo as ruas foram asfaltadas. Lembro da minha infância toda em Ártemis. Lá fiz do pré-primário, até o sexto ano na Escola Estadual Prof. José Martins de Toledo. Tive que mudar a minha escola para Piracicaba porque eu queria fazer o SENAI. Na sétima série fui estudar na Escola Estadual Professor Elias de Mello Ayres., durante o dia, na parte da manhã. A minha irmã Rita também estudava no Mello Ayres.
Quem mora em Ártemis quando quer saber se alguém vai para Piracicaba é comum perguntar como?
(Risos). Geralmente perguntavam: “Vai para a cidade hoje? ”. E na época eu queria estudar na cidade de Piracicaba, para preparar-me com o objetivo de cursar o SENAI. Ártemis é um distrito de Piracicaba, na minha época tinha cerca de 5.000 habitantes. Atualmente deve ter um número maior de habitantes.
O senhor soube que o cantor Roberto Carlos tinha um “rancho” em Ártemis?
Ele tinha uma chácara, que recebe a denominação de rancho por estar na beira do Rio Piracicaba, com 15 a 17 anos eu ia jogar bola lá. A família de um amigo nosso comprou essa chácara. Era o Salvador Cortezzi eles compraram essa chácara. Ela de fato tinha sido do Roberto Carlos. Eu ia jogar bola com o Murilo, que é neto do Salvador. Existia nas proximidades a chácara do Mario Dedini, nós íamos a pé até lá. Era tudo de terra, pulávamos a cerca, atravessávamos um bom pedaço de terra e íamos até a Chácara do Mario Dedini. Dizíamos que era a “Chácara da Dona Norma”. Mas não tinha como entrar lá, não tinha acesso. Ia só até o portão!
Foi uma infância e adolescência feliz!
Foi muito feliz! Em Ártemis tinha de tudo! Futebol, brincar na rua, andar de bicicleta, jogar taco, era uma vida bem de interior, fora quando dávamos nossas escapadas e íamos nadar no Rio Piracicaba escondidos, ou íamos nadar na lagoa. Ali em Artêmis tem uma lagoa, no Bairro Itaiçaba. Íamos escondidos, a mãe não podia nem saber, quando ela ficava sabendo era puxão de orelhas por todos os lados!
Antigamente, para não serem desmascarados pela roupa molhada, era comum os meninos deixarem as roupas nas margens do rio.
Nós tínhamos uma estratégia, levávamos uma cueca, ou tirávamos a cueca lá, isso porque a cueca ficava vermelha de barro. Nadávamos com um short, quando saia lavava o short, colocava a cueca, punha o short por cima e ia embora, ficava andando pelas ruas até o short secar. As vezes não dava certo! A mãe sabia quando íamos nadar, não tem jeito! Ela chamava a nossa atenção, hoje entendemos a sua preocupação.
Você ouviu falar de um piloto de avião que passou com um avião debaixo da ponte de ferro?
Ouvi falar. Mas acho que pode ser folclore.
(Esse fato foi narrado pelo próprio japonês, Kazuo Miyazaky mais conhecido como Mário do Líder Bar, ou Mário do Pastelão.) Nós íamos nadar ali na ponte de ferro, e o desafio era pular no rio de cima da ponte de ferro.
Qual era altura da ponte com relação ao rio?
Cerca de 10 metros. Quando o rio estava muito cheio dava menos.
O senhor fez o SENAI em Piracicaba?
No ano de 1990 fiz a prova do SENAI. Na época não era tão simples ingressar no SENAI. Consegui uma carta da Metalúrgica Santin, para entrar no SENAI além dos exames e provas, a indicação de uma empresa era muito importante. Entrei como ajustador mecânico e já entrei estagiando na Santin. Em 1991, com 15 anos, já tinha a carteira de trabalho assinada, conta no Banco Nacional. Na época recebíamos meio salário mínimo. Eu agradeço demais ao SENAI, pelo menos na minha época, o sistema era muito rígido. O diretor administrativo da Unidade Bairro Alto do SENAI Mário Dedini era o Seu Bernardino. Meu instrutor era o Seu Pires. Usava um bigode, era um apreciador de paçoca. Mantinha um pequeno estoque de paçoca em seu armário. O Diretor Geral era Orlando Cristofoletti.
Havia prática de esporte no SENAI?
Tinha! O Nosso professor de educação física era Wilson Renzi. Deu muita física forçada. O pessoal aprontava, ele corrigia com exercícios físicos. Eram coisas de adolescentes. Há um contraste muito grande entre o comportamento dos jovens daquela época e os de hoje. Nossas aprontadas eram, pode-se dizer, inocentes. Esconder uma chave de vestiário. Até que a mesma surgia milagrosamente. Só que o Seu Wilson não admitia nenhum tipo de indisciplina. Nós almoçávamos no SENAI, era período integral, se você era da Turma “M” ia para as aulas teóricas na parte da manhã, almoçava e ia para as oficinas no período da tarde. E a turma “T” ao contrário: ia para as oficinas pela manhã, almoçava e depois ia para a teoria a tarde. Havia um revezamento entre as turmas. Encontrávamo-nos todos no intervalo. Almoçávamos juntos, tinha uma hora e meia de intervalo, tirávamos um cochilo, dentro da quadra, ao lado do vestiário. Um dia percebemos que um dos inspetores, esqueceu a chave do vestiário de Educação Física, na porta. Trancamos a porta e escondemos a chave. No SENAI levávamos marmita da nossa própria casa. De manhã colocava no marmiteiro, na hora do almoço pegava a marmita, almoçava, lavávamos direitinho, colocava na bolsa e íamos para a aula.
Eles não davam a refeição?
De manhã chegávamos às sete horas da manhã, íamos para o marmiteiro, Dentro do refeitório tínhamos pão com manteiga em cima da mesa, e uma caneca com café com leite. Quem quisesse se servia. Deixava a marmita ali e uns iam para a oficina outros para a teoria, conforme a turma. Em teoria tínhamos aulas de matemática, desenho, ciências, metrologia. Entre a nossa entrada e o almoço tínhamos um intervalinho, geralmente tinha uma sopa, um sagu, era sempre um tipo de lanchinho. Depois vinha o almoço, cada um trazia o seu almoço. Ou íamos almoçar no centro, ou em algum lugar. O almoço no centro era uma única sexta feira por mês. Geralmente a última sexta feira do mês. Íamos um grupinho, todos juntos, tinha um restaurante vegetariano ao lado do Colégio Piracicabano. Gostávamos de almoçar lá. A comida era barata e boa. Na volta para o SENAI ficava no nosso trajeto, um depósito de doces, do Bertoncelli. Fazíamos a festa! Ele vendia doces em pacotes fechados. Era muito gostoso! Em uma hora e meia fazíamos isso tudo! Voltámos para o SENAI. Lembro-me de que pegava um ônibus as 06h10 em Ártemis, chegava às 6h40 ou 6h45 no terminal, subia até o SENAI. Às 16h30 saiamos, descíamos correndo, pegávamos o ônibus às 16h45 para voltar para Artêmis, para depois voltar para a escola em Piracicaba, a noite. Naquele tempo em Ártemis não tinha colégio a noite. Eu conseguia chegar em casa às 17h15, saía às 18h para pegar o ônibus das 18h10 para voltar para Piracicaba. A oitava série estudei na escola Prudente de Moraes. O colegial fiz na Escola Estadual Sud Mennucci. Lembro-me de que no andar térreo ficavam os meros mortais e no andar superior os estudantes do magistério. Lá estudei os três anos de Curso Colegial, era uma escola modelo. Em 1997 fui estudar Análise de Sistema na UNIMEP. De 1994 até 1997 fui morar em São Pedro, meu cunhado trabalhava na Secretaria de Saúde, fui trabalhar com ele. O prefeito era José Franzin.
O senhor permaneceu em São Pedro?
Voltei para Piracicaba, no ramo de metalúrgica. Já trabalhando na parte administrativa, trabalhava com desenho mecânico. Trabalhava com Autocad, Mega-Cad. Fui trabalhar em Ártemis, chamava-se Ártemis Engenharia e Caldeiraria. Essa empresa mudou-se para Rio das Pedras, passou a se chamar CUME. Fui transferido para lá. O meu setor era de corte de chapas através de plasma. Comecei como desenhista, fui promovido para programador e fiquei encarregado do setor de corte da empresa. Eu morava em São Pedro e trabalhava em Rio das Pedras. Eu pegava o ônibus às 5h30 da manhã em São Pedro. Ás 6h45 chegava em Piracicaba, descia na Motocana, pegava o ônibus da empresa CUME. Ia para Rio das Pedras onde iniciava o trabalho às 7h30. Após ter morado por quatro anos em São Pedro, voltei para Piracicaba, fui morar no Jardim Elite. Permaneci nessa empresa até ela fechar em 2007.
Como foi o seu ingresso na política?
Comecei a trabalhar em campanha política desde 2004. A primeira campanha do Barjas em Piracicaba. Sempre na coordenação de equipe, de grupo. Trabalhamos na coordenação no meio evangélico. Sou Pastor Evangélico da Igreja Assembleia de Deus. A minha trajetória política começou com um trabalho político no meio evangélico através da Igreja, trabalhamos na campanha política do Barjas em 2004, depois em 2006 trabalhamos na campanha de um deputado estadual, o deputado José Domingos Bittencourt, em 2006 ajudamos o Thame, era a dobradinha Bittencourt e Thame, eleição estadual, em 2008 nós ajudamos o Barjas de novo na eleição. Em 2010 eu mudei para São Paulo, fui trabalhar na campanha de um deputado estadual, Dilmo dos Santos, organizei a campanha dele na capital, fizemos para ele 21.000 votos na capital, dos 70.000 votos que ele teve. Ajudamos a eleger alguns deputados federais que acabaram dobrando com ele e foram eleitos.
O senhor é casado?
Sou casado, minha esposa chama-se Elaine e nosso filho Matheus. Ele já tem 17 anos. Nascido em Piracicaba.
A família do senhor está em São Paulo ou Piracicaba?
Minha família está toda em Piracicaba. Meus pais moram em Ártemis ainda. Na mesma casa, no mesmo lugar. Minhas irmãs moram em Piracicaba. Vou todo final de semana para Piracicaba. Sei onde estão todos os radares e todos os buracos da estrada. Nessa última campanha, de 2018, eu andei o Estado de São Paulo todo duas vezes. Embora tenha motorista, muitas vezes viajamos 600 quilômetros para ir e mais 600 quilômetros para voltar. É natural o motorista estar cansado. Eu falo: “Zelão! Pare no próximo posto ali, vamos usar o banheiro”. Na hora que vamos sair, falo: “Deixa eu dirigir um pouquinho. ” Dirijo 200, 300 quilômetros, e vamos embora.
O senhor foi eleito em que ano?
Fui eleito em 2018. Em 2012 trabalhei em campanhas de vereadores em São Paulo. Ajudamos três vereadores. Em 2014, passamos a fazer a campanha estadual, de novo, de outro deputado estadual, o Césinha, ele foi eleito com 105.000 votos, não era mais o Dilmo, o Dilmo saiu e entrou o Césinha. Em 2016 fizemos de novo a campanha em São Paulo, para vereadores, ajudamos de novo a eleger três vereadores em São Paulo: Noemi Nonato, Sandra Tadeu e João Jorge. Ajudamos a organizar a campanha deles aqui em São Paulo, os três são evangélicos. Em 2018 veio a minha vez. Me chamaram e disseram: “-Alex, chegou a sua vez! ”. O Césinha que era deputado estadual passou a ser candidatado a deputado federal e eu como candidato a deputado estadual. O Césinha foi eleito com 119.000 votos e eu fui eleito com 118.000 votos.
Qual foi a sua primeira impressão ao entrar na Assembleia Legislativa de São Paulo?
Quando cheguei e me vi sentado na cadeira, no dia 15 de março de 2019, foi quando iniciou o meu mandato. Eu achei que iria mudar o mundo! Rapidamente percebi que não dá para mudar o mundo sozinho. Dentro da Assembleia Legislativa eu sou um no meio de 94! O total são 94 deputados estaduais. Mas também percebi muito rápido que eu posso ajudar muita gente. Que eu posso fazer a minha parte. É o que estou fazendo desde então, estou tentando ajudar o máximo de pessoas que eu posso, estou tentando fazer a diferença do meu jeito, naquilo que eu acredito, naquilo que eu acho que é certo. Sei que vou acertar, vou errar, mas acredito que ninguém erra de propósito.
O que vemos, muitas vezes, é que após a pessoa estar eleita, ocupar uma cadeira, ela fica muito envolvida, e torna-se difícil passar algum projeto de lei de sua autoria.
Fica difícil! Hoje para você cravar um projeto de um deputado aqui, estamos conseguindo por acordo. De uma lista de projeto de um deputado, cada deputado escolhe um projeto seu, é o que estamos fazendo hoje. Isso toma uma expectativa, em quatro anos de mandato eu sei que vou ter no mínimo um projeto aprovado! Para mim está sendo um mandato muito bom, principalmente no primeiro ano, uma surpresa para mim aqui na Assembleia, consegui fazer parte das comissões mais importantes, hoje sou Vice-Presidente da Comissão de Saúde, Comissão de Finanças, sou Vice-Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, isso no primeiro ano de mandato. Além de ser relator de uma CPI, acabei sendo relator da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias e Relator do Orçamento do Estado. As comissões funcionam por tamanho de bancada. As maiores bancadas têm o direito de escolher as comissões da qual querem participar. Porém a nossa bancada aqui, sou eu e outra deputada. Mas mesmo assim consegui escolher a Comissão de Finanças, que eu queria participar e a Comissão de Saúde. Para nós é muito importante, as demandas de saúde são muitas. Ainda faço parte da Comissão de Relações Internacionais. Na Comissão de Finanças, em primeiro ano de mandato, pela primeira vez na história da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um deputado no primeiro ano do seu primeiro mandato foi relator da LDO e do Orçamento. Para mim foi uma surpresa muito grande e uma experiência muito boa. Esse orçamento que estamos executando em 2020 foi do relatório que eu produzi no ano passado.
O senhor exerce a função ministerial na Igreja Assembleia de Deus?
Eu sou pastor, estou no cargo, mas não exerço função pastoral. Eu nunca dirigi Igreja. Nunca fui pastor de uma Igreja. Sempre trabalhei como pastor, mas na parte administrativa da Igreja. Apesar de ter feito casamentos, velórios, batizados, que nós chamamos de batismos. Todo mundo que eu casei está casado até hoje!
Isso significa que quem almeja um casamento sólido deve ter o senhor como celebrante!
Isso! Se eu celebrar o casamento as pessoas permanecerão casadas! Quem carrega essa fama também é o Padre Jorge, na Igreja Católica Imaculada Conceição, da Vila Rezende!
O Padre Jorge! Ele casou as minhas duas irmãs! Elas estão casadas ainda!
Voltando ao ambiente político, é complicado conviver nesse meio?
Não é complicado não! São 94 deputados que tiveram votos no Estado inteiro, assim como eu também tive. Tento não ver ninguém aqui como adversário. Muito pelo contrário, quando a gente chega aqui tem que pensar que os outros deputados são companheiros. Claro que temos divergências de ideias, divergências de pensamentos. É natural e vejo isso como saudável. Tem que existir! Senão, não teria o porquê de ter um parlamento! Se fosse para todos pensarem da mesma forma bastaria colocar um único indivíduo! Considero essa divergência de ideias muito importante, não acredito que alguém seja dono da verdade absoluta, a discussão, o debate, são sempre importantes. Sou favorável ao debate! Cada um irá puxar para um lado, costumo brincar afirmando que a política é a arte do convencimento. Quem tiver os melhores argumentos irá convencer o outro.
O povo anda meio ressabiado, isso porque teve muita gente que fez coisas erradas na política?
Muita gente! E continua tendo, também acho que diminuiu muito, imagino que as pessoas estão com medo de fazer coisa errada, apesar de que ainda existem uns doidos que persistem. Eu vejo que a política está mudando, acredito que a política é necessária, é através dela que está a representatividade da população. Não tem como você pegar 45 milhões de paulistas e colocar aqui dentro da Assembleia Legislativa para decidir a vida de todo mundo!
O senhor já foi filiado a quais partidos?
Já fui filiado ao PV, em 2010, em 2014 me filiei no DEM (Democratas) e em 2017 me filiei ao PSD.
Como é a sua convivência com o Governador?
Muito boa, tenho um bom relacionamento com o Governador, apesar de não concordar em tudo que ele faz, estou na base do governo. Mas tenho tido a liberdade de expor as minhas ideias.