No encontro com a deputada estadual Professora Bebel (PT), vereadores e lideranças da região, nessa terça (25), o diretor de operações da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), Alberto Rodrigues, disse que ainda não está totalmente definido o local para instalação da praça de pedágios na SP-308, que liga Piracicaba a Charqueada. No entanto, disse que o local mais indicado, até este momento, é no km 182 + 250 metros, apesar de ser enfatizado pelos participantes que que tecnicamente, ambientalmente e socialmente o km 187, já em Charqueada, seria mais indicado, por provocar menores impactos.
Na reunião, o diretor da Artesp confirmou a intenção da empresa Eixo São Paulo, que venceu o leilão de concessão de 1.273 quilômetros de rodovias, entre Piracicaba a Panorama, que já assumiu a manutenção da rodovia, pavimentar um trecho de aproximadamente quatro quilômetros ligando a SP-308 ao bairro de Santana, como alternativa para o tráfego para os moradores de Santana e Santa Olímpia, caso a praça de pedágios seja instalada no km 182 + 250 metros, uma vez que será fechado o atual acesso.
No entanto, não soube precisar quando as obras deverão ser realizadas, se comprometendo com o professor Valdemar Correr, representante da comunidade Trentino-tirolesa, a dar uma posição nos próximos dias. “Só aceitaremos esta proposta caso celebrado um termo de ajuste de conduta junto ao Ministério Público, assinado pela empresa e a Artesp, estabelecendo o prazo e as obras a serem realizadas, uma vez que de promessa as comunidades já estão cansadas”, disse Correr, lamentando que as decisões têm sido tomadas pela Artesp sem consultar a comunidade.
VICINAL
Valdemar Correr também defendeu que a Eixo São Paulo antecipe a construção de um novo acesso à atual vicinal aos bairros de Santana e Santa Olímpia, ao invés de pavimentar o atual trecho que é de terra e que ampliará o tráfego por Santana, o que já causa contrariedade na comunidade, uma vez que as ruas do bairro não têm asfalto que comporte fluxo intenso de veículos, inclusive com peso elevado, principalmente caminhões de cana. “Se for pavimentada esta nova vicinal de acesso aos bairros, certamente mais de 500 mil toneladas de cana serão transportadas em caminhões que passarão por Santana e que irá comprometer a pavimentação asfáltica”, disse.
Na reunião, tanto a deputada Bebel como os vereadores Nelinho Noronha (Águas de São Pedro) e Elias Candeias (São Pedro) chamaram a atenção para o encarecimento do custo de vida da população da região, em função dos pedágios. O diretor da Artesp argumentou que, como já havia informado a deputada Professora Bebel, será implantado o desconto progressivo, para quem utilizar os 30 dias do mês, por exemplo, na SP-308 (Piracicaba-Charqueada), o custo total será de R$ 71,85 por uma passagem, enquanto que quem não tiver o desconto desembolsará R$ 150,75. Já na rodovia SP-304, entre Piracicaba e Águas de São Pedro, o usuário pagará R$ 101,36, e sem desconto o montante a ser pago será de R$ 169,14, também por uma passagem diária, enquanto que na SP-304, no trecho entre Águas de São Pedro a Santa Maria da Serra, com o desconto, o usuário pagará R$ 71,84 e sem desconto R$ 175,27. No entanto, o vereador Nelinho Noronha e o professor da Unicamp Cléber Rocco, morador em Águas de São Pedro, disseram que já há um abaixo-assinado com 2.400 assinaturas condenando a colocação de praça de pedágio na SP-304.
Diante da reclamação, o diretor da Artesp se comprometeu a agendar uma reunião exclusiva para tratar do assunto. O vereador de Rafard, Alex Sandro Santos (PT) também participou da reunião e cobrou acesso ao município, que foi fechado com a duplicação da Rodovia do Açúcar. O diretor da Artesp também se comprometeu a agendar reunião exclusiva para debater o assunto.
KM 187
Na reunião, foi reforçado que o melhor local para instalação da praça de pedágios na SP-308 é o KM 187, porque socialmente 80% dos moradores dos bairros de Recreio e Santa Luzia, conforme estudos da própria Artesp, utilizam Piracicaba para trabalho e comércio, assim como para estudos técnicos e superior, assim como ambientalmente viável pois não existe córrego nas proximidades e o lençol freático é o mais profundo, não havendo necessidade de licenciamento ambiental, e economicamente, uma vez que terá menor custo de implantação, já que conta com rotatórias de retornos nos bairros de Santa Luzia e Córrego da Onça. “Esses três pontos atendem o tripé do desenvolvimento sustentável”, enfatiza Valdemar Correr.