A exemplo dos demais hospitais do Brasil, a Santa Casa de Piracicaba ainda não tem definida a data para a retomada das cirurgias eletivas, aquelas que podem ser postergadas por até um ano sem causar problemas ao paciente. “O que se sabe até o momento é que as três próximas semanas serão vitais com relação ao comportamento da população e, consequentemente, da doença para a retomada gradativa das eletivas”, disse o diretor técnico da Instituição, Ruy Nogueira Costa Filho (CRM 39.044).
Ele explica que, em decorrência da pandemia e da necessidade que a doença impôs de direcionar os leitos hospitalares prioritariamente para atendimento de pacientes portadores do novo Coronavírus, a Santa Casa vem mantendo apenas as cirurgias de urgência desde o último mês de março.
Ruy Nogueira revela que, com base nos dados do Setor de Controladoria Hospitalar, no decorrer de 2019, a Instituição realizou, em média, 390 cirurgias eletivas/mês, perfazendo um total de 4.680 procedimentos eletivos no ano passado. A maior parte deles nas áreas de cirurgia geral, ortopedia, ginecologia obstétrica e urologia.
“Porém, com a recomendação do Ministério da Saúde para que hospitais de todo o país reduzissem as eletivas, mantendo apenas os procedimentos de urgência nesta área, a Santa Casa de Piracicaba passou a realizar uma média de 57 cirurgias eletivas/mês no período de março a agosto deste ano”, disse Nogueira.
Segundo ele, a maioria dos procedimentos de urgência ocorrem nas áreas de ortopedia (fraturas graves), cirurgia geral (sobretudo, as oncológicas para tratamento de tumores cancerígenos), neurologia (para drenagem de hematoma e retirada de tumor intracraniano), ginecologia (para execução de mastectomia e quadrantectomia nas mamas) e urologia (para tratamento de câncer, RTU de bexiga ou próstata e litotripicia ureterorreno para implantação de cateter ).
QUEDA
O diretor lembra que as medidas direcionadas pelo Ministério, associadas ao medo que as pessoas desenvolveram do contágio, provocaram queda de até 90% das eletivas nas instituições hospitalares, que tiveram suas receitas fortemente impactadas por isso. “No caso da Santa Casa de Piracicaba, as cirurgias eletivas representam cerca de 30% da receita financeira hospitalar”, observou.
A boa notícia é que, apesar da atual indefinição, e diante da expectativa de queda dos indicadores Covid nas próximas semanas, a tendência é de retomada gradual dos serviços médico-hospitalares em breve. “Já estamos dialogando com o Município para o dimensionamento das estratégias de retomada”, disse Ruy Nogueira, associando o retorno das atividades ao comportamento da população.
“Se a população fizer a sua parte e a incidência da doença, de fato, for reduzida, o cenário fica mais propício ao retorno das atividades”, ponderou.