In Memoriam: Oswaldo Marcelino Alves, fé e música

Oswaldo Marcelino Alves, entre as flores, música e fé – Crédito: Arquivo de Família

Oswaldo Marcelino Alves nasceu em 1934 na cidade de Mococa tendo se criado desde adolescência na cidade de São Caetano do Sul, no ABC Paulista. Em 1957, na mesma cidade de São Caetano do Sul, aceita o Evangelho na Igreja Evangélica Avivamento Bíblico do Bairro Vila Gerty, onde passa a integrar o coral desta igreja, inicialmente como vocalista, passando em pouco tempo a auxiliar do regente do coral e posteriormente assumindo como regente principal.

Em 1960, buscando seu aprimoramento musical, inicia estudos de regência junto à escola da Fundação das Artes em São Caetano do Sul, tendo como mestres Roberto Manzo e Amilton Godoy, integrante do famoso conjunto Zimbo Trio, aclamado pianista de prestigio internacional.

Desde então, começou a dedicar-se ao ministério da música sacra na direção de corais, madrigais entre outros, tendo dedicado mais 50 anos de sua vida nesta atividade, sobretudo em igrejas evangélicas, dedicando-se assim à pregação do Evangelho do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Este trabalho se inicia no Grande ABC em que começou um projeto para modernizar corais sacros naquela região, fazendo versões para português de muitas canções do Gospel Americano para corais e madrigais para canto com instrumental na forma de playback. Foi reconhecidamente um pioneiro neste assunto para a época em que os corais em igrejas se apresentavam apenas a capela sem acompanhamento instrumental, sendo que seus trabalhos primavam pela perfeição musical.

Participação em grupo musical, ministério evangelístico – Arquivo de Família

Foi a época dos anos 80 em que começou a se sofisticar a produção musical nas igrejas evangélicas com o surgimento posteriormente de grupos como Som Maior da Convenção Batista do Estado de São Paulo sob a direção do maestro Roger Cole, grupo Vozes de Cristal fundado por membros da igreja Batista de Vila Curuça e posteriormente o grupo Prisma Brasil, grupos musicais que atraiam grande quantidade de jovens em suas apresentações.

Fez inúmeros trabalhos de cantatas de Páscoa e Natal e recitais musicais em diversas Igrejas Evangélicas da Região da Grande São Paulo.  Em virtude deste trabalho, influenciou diversos grupos musicais na grande São Paulo, tendo dado formação musical a diversos músicos evangélicos naquela ocasião.

Desenvolveu referidos trabalhos também em parceria com músicos cantores e maestros de outras igrejas da região da grande São Paulo – ABC Paulista.

Deu seqüência ao mesmo trabalho como maestro do coral da Igreja Batista Shalom em São Caetano do Sul consistindo este período a parte mais fértil de seu trabalho reconhecido no meio evangélico do ABC Paulista.

EM PIRACICABA 

Transferiu-se para a cidade de Piracicaba com sua família em 1993, tendo se apaixonado pela cultura local e que passou a considerar como se fosse sua cidade natal. Tendo chegado em Piracicaba, desenvolveu alguns trabalhos musicais na Igreja do Evangelho Quadrangular da Vila Rezende, Igreja do Nazareno, tendo findado seu trabalho musical na Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB),  Igreja Central, na rua Alferes José Caetano na regência de coral.

O maestro Marcelino deixou um legado musical inestimável, foi um cristão fervoroso que guardou a fé em Deus até o fim. Faleceu no domingo (5 de agosto de 2020), aos 85 anos

Para o filho Marcelino, “uma lacuna para todos”

Seu filho Gerson Marcelino,  advogado com escritório em Piracicaba, descreve o pai, o músico, o exemplo:

“Meu pai, em termos musicais, no trabalho que se propôs a fazer, foi um homem a frente do seu tempo, ele influenciou praticamente toda família pelo gosto musical. Fui entender a grandeza de seu trabalho quando também me interessei pela musica, passando a observar o trabalho musical que era desenvolvido por ele em diversas igrejas, bem como ao ouvir depoimento de diversas pessoas que trabalharam com ele. A maior intensidade de seu trabalho se deu em São Paulo entre os anos 70 e 90, mas pude acompanhar diversos outros trabalhos que desenvolveu em Piracicaba ao final de sua carreira. Após seu falecimento restam boas lembranças de um trabalho que era feito com muita paixão e dedicação, sua partida deixa uma lacuna não só para a família, mas para os apreciadores de um bom coral de musica sacra”.

Em 1995, na IPB em Piracicaba, com as apresentações de Natal

Na Igreja Presbiteriana (rua Alferes) recebeu o maestro Oswaldo Marcelino Alves como membro em agosto de 1995, e o pastor, reverendo Erasmo José Babboni Silvério, enviou o seguinte depoimento:

“Foi regente do grupo coral por mais de cinco anos. Em 1997 empenhou-se em preparar o coral para a cantata: “Vinde… Adoremos!”, realizada por ocasião do Natal daquele ano. Durante o período em que desempenhou a função de regente, destacam-se as seguintes músicas: “Fé, Esperança e Amor”; “Aceita a Cristo”; “Além do Grande Rio”; “Salmo 146”; “Doxologia”; “Via Dolorosa”. Em toda sua trajetória, com conhecimento, guiou um bom número de pessoas a adorar a Deus através do canto, bem como conduziu a igreja a louvar ao Senhor, com a participação do coral nos cultos. No ano 2002, dirigiu novamente o grupo coral na realização da Cantata: “Vinde… Adoremos!”. O Maestro Oswaldo, homem de personalidade forte, sabia liderar o grupo coral e possuidor de uma característica marcante, o perfeccionismo, o coral só cantava quando tinha absoluta certeza de que não haveriam erros na execução das músicas ensaiadas.

Encerramos esse breve depoimento expressando nossa profunda gratidão a Deus pela amizade e convívio com o  nosso irmão em Cristo, Sr. Oswaldo. A Cristo Jesus, toda a glória!”

 

 

 

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