Escrava Mãe: atores piracicabanos

Aracy Duarte Ferrari

 

Quem assistiu à novela da Rede Record de Televisão, Escrava Mãe, participará das minhas colocações e do motivo.

A novela enfocou a escravidão negra africana ocorrida no Brasil Colônia no início do século XVI, até o final do século XIX. Em 1888, a princesa Izabel, filha de D. Pedro II, assinou a Lei Áurea abolindo a escravatura.

No decorrer de toda a novela, o coronel conhecido por Sinhozinho – proprietário de grandes fazendas -, os maldosos feitores e os escravos viviam num clima tempestuoso. O primeiro, fartava-se com todas as mordomias dos famosos coronéis mercantilistas, donos de engenhos. Os feitores, obedeciam às ordens dos mandos e desmandos sobre os escravos. Estes sofriam com a dureza do trabalho árduo de sol a sol. Além de moradia precária nas senzalas, tinham uma alimentação de péssima qualidade. Sem direitos como seres humanos, eram tratados com rígidos deveres.

Foi o que aconteceu com a atriz principal Juliana, escrava branca, dinâmica, inteligente, defensora de seus direitos, amada por todos e líder entre seus pares. Morava com a família do Sinhozinho, espezinhada pela filha dele, Maria Isabel, a vilã do enredo que, por sua vez, era admirada por Tereza, a outra filha do coronel.Com luta e persistência conquistou o amor de Miguel, não escravo, ator português, e com ele teve sua filha, Isaura. No desenrolar da novela morre o coronel. O ator principal, interpretado brilhantemente pelo piracicabano Roger Gobeth, casa-se com Tereza por interesse e assume o cargo como Comendador Almeida.

Enfocando o último capítulo, nele ocorreram vários fatos trágicos, como: a recém nascida é roubada por Maria Isabel; morre Juliana, mãe de Isaura; morre ainda queimada a própria Maria Isabel. O Comendador Almeida, algemado na presença de seu filho e de sua mãe, representante da elite, é deportado para a África. Nos momentos finais, a novela foi encerrada com chave de ouro porque Isaura, criada pelos familiares, reencontra seu pai Miguel. A essa altura, já bela moça, charmosa e prendada, trajando roupa de gala, sorrindo, abraça afetuosamente seu pai, deixando o espectador curioso para revelar quem é a elegante jovem que representa a escrava Isaura.

Pois bem…Vou revelar… A escrava Isaura foi representada pela atriz piracicabana, Natália Ferrari, minha neta.

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Aracy Duarte Ferrari, escritora, articulista, poetisa e artista plástica

 

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