Volta das aulas: Bebel denuncia autoritarismo de Doria durante carreata

Deputada Bebel liderou os professores rumo ao Palácio dos Bandeirantes – Crédito: Divulgação

A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT), considerou autoritária e truculenta a medida adotada pelo governador João Doria (PSDB) para impedir a carreata de professores em direção ao Palácio dos Bandeirantes, na tarde de ontem (29), em São Paulo, contra a volta às aulas presenciais. O governo estadual colocou a PM (Polícia Militar) para impedir a aproximação dos professores, de diversas regiões do Estado, que realizaram carreata saindo do Estádio do Morumbi em direção ao Palácio dos Bandeirantes, contra a volta às aulas presenciais e por salário e auxílio emergencial para professores das categorias O, S e V.

Para a deputada Bebel, Doria é tão “autoritário e genocida” quanto Bolsonaro. “Quer colocar a vida de milhões de estudantes, de centenas de milhares de profissionais da educação e das famílias em risco. Não aceitamos. Em defesa da vida, não voltaremos às aulas presenciais e iremos à greve, se necessário”, enfatizou Bebel, que foi impedida por um grupo de policiais de se aproximar do Palácio dos Bandeirantes, por determinação do governador.
O movimento, organizado em parceria coma a CUT (Central Única dos Trabalhadores), também contou com a participação dos servidores da saúde, mobilizados pelo Sindisaúde. “É um segmento fundamental nesse momento de pandemia, que arrisca a vida diariamente e é tratado com descaso e desrespeito pelo Governo Doria”, diz a parlamentar e líder dos professores.
Para ela, muitas escolas em São Paulo não têm infraestrutura adequada e mantêm salas improvisadas. “O Governo deveria aproveitar essa oportunidade para reformar as escolas, para que os alunos voltem em segurança, após a pandemia”, disse, defendendo que é necessário investir em tecnologias para que todos os estudantes tenham acesso às tecnologias.
Quando aos protocolos de saúde, como o uso de máscara e álcool em gel, a professora Bebel ressalta que eles não são suficientes para evitar a contaminação das crianças nas escolas. “Já é difícil fazer com que a criança use máscara em casa, imagine em uma sala com 15 alunos. Acho que estamos vivendo uma falsa normalidade”, enfatiza.
Caso ocorra de fato a volta às aulas presenciais em setembro, a presidente da Apeoesp acredita que poucos pais levarão seus filhos para a escola, o que causará uma desigualdade entre alunos, já que uma parte dos estudantes receberá os conteúdos e outra não. Além disso, o sindicato dos professores estuda convocar uma greve da categoria, caso haja o retorno presencial. “Não teremos nem aulas remotas”, avisa.
Outra reclamação da Apeoesp é de que desde que começou a pandemia, os professores temporários ficaram sem salários. “Nós queremos que o Governo crie uma renda emergencial para esses professores”, diz Bebel.
O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, também concorda que a volta às aulas traria riscos para a saúde dos professores e dos alunos. “Não podemos concordar com a volta às aulas sem que haja a comprovação de segurança sanitária e, hoje, não temos essa garantia”, diz o presidente. A CUT vem apoiando o movimento da Apeoesp contra a volta dos alunos às escolas. “Estamos convocando todos os sindicatos e filiados para apoiarmos essa mobilização contra o retomo presencial das aulas neste momento, por entender que a volta às aulas é algo que afeta toda a classe trabalhadora e a sociedade, completa.

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