José Pedro Leite da Silva
Há dias escrevi um artigo, mostrando um dos problemas graves da região central a ser resolvido, o das enchentes da Avenida Armando Sales. Esse artigo despertou boa repercussão entre os leitores, especialmente os moradores do Bairro Alto que me cobram o artigo que ora escrevo, “qual o futuro que se reserva ao Palmeirinha-Palmeirão do bairro Alto”.
Um quarteirão quadrado de área, praticamente na nossa região central, entre o quadrilátero das ruas Visconde do rio Branco, São José, Bernardino de Campos e Prudente de Moraes. Lá, onde o futebol amador revelou craques da grandeza de De Sordi, Coutinho e Gatão; que nos legou uma empolgada escola de samba dos moradores do bairro; que promoveu Bailes do Havaí notáveis, festas e bailes memoráveis, vive-se, há anos, momentos de indefinição com o rumo a ser dado àquela área.
Com piscina, campo de futebol social, churrasqueiras, salão de festas e um esqueleto de prédio de dois andares construídos mas não concluídos, áreas amplas para várias atividades, há um vai e vem de contradições.
Entusiasta da diretoria, o comerciante Henrique Pavaneli, em 1969, com muito empenho, pretendia transformar o clube num gigante, como novo salão social para bailes e aulas de danças, uma secretaria melhor organizada, entre outros espaços à comunidade do bairro Alto. Mas não logrou êxito. Até que numa nova tentativa, o Clube de Regatas de Piracicaba (12/10/1907) e a Sociedade Recreativa Palmeiras (26/6/1926), resolveram juntar suas tradições e fundar o Clube de regatas Palmeiras, em 12 de setembro de 1993, unindo patrimônios e histórias. Além das dívidas.
De lá para cá, contudo, apesar de várias diretorias se esforçarem, o Palmeiras Regatas não decolou e tem na atualidade pouco mais de 100 associados. E um vida social que ficou ainda menor, quando depois de um acordo com a SELAM – Prefeitura de Piracicaba, que tentou transformá-lo num ponto de atividades para ginástica de idosos. Com o rompimento do acordo, que levou o projeto para a sede central do antigo “Cristóvão Colombo”, o breve convênio com a prefeitura fracassou.
Nos bastidores, ideias de todos os tipos aparecem, para ver o que se pode fazer com aquele patrimônio. A iniciativa privada, certamente, adoraria transformar o local em torres de prédios de apartamentos ou num supermercado, um shopping, quem sabe. Mas e o poder público diante desse desafio, o que pode propor? Se os novos tempos sugerem a execução de parcerias público privadas, porque não transformar o Palmeirinha-Palmeirão num Centro de Formação de Atletas?
Concluir o prédio, do qual sobrou apenas o esqueleto, transformando-o em salas de aulas; transformar seu antigo salão de festas em refeitório e biblioteca; utilizar seus equipamentos para futebol, natação, basquete, vôlei, handebol, ginástica olímpica, e outros esportes, para unir a teoria que poderia vir das salas de aula à prática esportiva.
E revelarmos, quem sabe, novos De Sordis, Coutinhos e Gatões, para o futebol, basquete, vôlei, natação. E recebermos as crianças do ensino fundamental da Rede Pública ou do médio, das escolas estaduais, para que aprendam regras dos esportes e as pratiquem no complexo esportivo que já está construído. Numa complementação de atividades para seus dias de atividades escolares, num projeto que poderia ser transformado em referência para os jovens estudantes da cidade.
Saídos da pandemia, os nossos estudantes estão em busca de novo alento. Quem sabe na próxima gestão, Piracicaba use o seu poder político para dar vida nova àquele complexo esportivo, transformando –o em educacional e legando às novas gerações, uma formação técnica e ética para o nosso esporte.
São ideias que precisam ser debatidas com a sociedade, avaliadas, planejadas, em busca de dias melhores para os estudantes de nossa cidade.
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José Pedro Leite da Silva, economista, pré candidato a prefeito pelo PL