Casa do Estudante: Piracicaba ganha jardim vertical high-tech

jardim vertical estará disposto na Casa do Estudante Universitário da Esalq/Cena-USP – Crédito: Divulgação

A Vertigarden – empresa piracicabana referência em jardins verticais no Brasil – conclui, para este fim de semana, um projeto verde de 40 metros quadrados localizado na entrada principal de Piracicaba, via avenida Pádua Dias. O novo jardim vertical confere à cidade um novo conceito estético de boas-vindas cheio de tecnologia de ponta. Com dois cenários, um diurno e outro noturno, a estrutura é uma grande surpresa em termos de sustentabilidade, beleza natural e iluminação.
O jardim vertical estará disposto na Casa do Estudante Universitário da Esalq/Cena-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Centro de Energia Nuclear na Agricultura – campi da Universidade de São Paulo). Esta é a primeira etapa de um projeto de reforma para sustentabilidade projetada para o prédio que abriga 130 estudantes, anuncia o prefeito do campus USP Luiz de Queiroz, Roberto Arruda de Souza Lima.

“O jardim vertical é de grande importância porque, além do aspecto estético, tornando ainda mais bonito o campus e a cidade, deve-se destacar o local de sua instalação: a Casa do Estudante que abriga dezenas de alunos os quais terão benefícios como o isolamento acústico e térmico. O jardim está perfeitamente encaixado na política de sustentabilidade do campus. O mesmo prédio receberá, em breve, a instalação de placas fotovoltaicas, tornando o prédio referência em termos de sustentabilidade. Em um momento de forte impacto na saúde mental pelo isolamento social, a valorização da moradia e a presença o jardim deverá proporcionar maior conforto, físico e mental, aos alunos”, declara o prefeito do campus.

O projeto de jardim vertical totaliza duas áreas: uma com 9 metros de altura por 4 metros de largura e, a segunda, de 3 metros por 4 metros. A obra foi elaborada pela Vertigarden e contou com as colaborações da professora de paisagismo da Esalq, Claudia Fabrino Machado Mattiuz e da Prefeitura do Campus. “O jardim está em uma localização importante e contribui para um grande efeito estético para Piracicaba. Teremos um cenário diurno e outro noturno com uma bela iluminação. A ideia chegou até a Vertigarden porque temos uma parceria com a professora Cláudia no sentido de contribuir na matéria de paisagismo. Como levamos à sala de aula informações sobre infraestrutura verde-urbana, nos questionamos de como apresentar, na prática, a construção de um jardim vertical. A solução, que se consolida neste fim de semana, foi a de disponibilizar o projeto dentro da Esalq”, explica o engenheiro agrônomo, André Lacava Bailone, fundador da Vertigarden.
Além de contribuir para o aumento de espaços verdes dentro do ambiente urbano e fornecer uma estrutura didática aos alunos, o projeto Vertigarden consiste em uma tecnologia de vanguarda dentro das profissões de arquitetura e paisagismo. “Não podemos deixar de destacar que o local escolhido para a instalação do jardim vertical fica na face que recebe o sol nascente, portanto, diminuirá o calor dentro do prédio; confere conforto acústico, já que pelo local há muito tráfego de carros e caminhões; além dos aspectos estéticos e como ferramenta de ensino à universidade”, explica Bailone.

Detalhes técnicos do projeto

Com sistema fertirrigação automatizado (água mais nutrientes), o jardim elaborado pela Vertigarden para a Esalq tem iluminação com fitas de LED e quase 1.000 plantas de seis espécies diferentes com baixa manutenção. As placas são intercaladas com brises em alumínio e leva pintura eletrostática (imitando a madeira). A construção dos jardins verticais na Casa do Estudante foi iniciada na última segunda-feira (dia 13) e conclusão sábado (18).
“A proposta foi de lucro zero para Vertigarden. Além disso, custearemos, por um ano, a manutenção e treinaremos alunos do Grupo de Estudos em Paisagismo (GEP) da Esalq, coordenado pela professora Claudia, para que eles mesmos possam realizar as manutenções”, diz o fundador da Vertigarden que, na condição de ex-aluno da Esalq bem como da sua sócia e esposa Patricia José, avaliam a oportunidade como retribuição à Esalq. “É um presente nosso para a Esalq, é um presente da Esalq para Piracicaba e também é um presente para todos os esalqueanos”, declara Bailone.

Lima, prefeito do campus Luiz de Queiroz, destaca que a Vertigarden já se consolidou no mercado e se tornou referência na área. “Trabalharmos em conjunto é uma grande satisfação. Importante destacar a abertura que encontramos para discutirmos o projeto, realizando ajustes e aperfeiçoamentos de comum acordo. Discutimos desde o leiaute até aspectos da manutenção futura. O nível técnico das conversas nos deixou confortáveis de que a obra contratada seria entregue com qualidade e de acordo com o padrão exigido pela USP”, conta o prefeito.

A professora de paisagismo do departamento de Produção Vegetal da Esalq, Claudia Fabrino Machado Mattiuz, explica que o projeto para a Casa do Estudante tem ampla interface na área de Engenharia Agronômica e foi planejado com o intuito de implementar no campus uma tecnologia moderna e contemporânea para o uso da vegetação.
“Pesquisas recentes revelam que a quantidade de áreas verdes públicas tem diminuído nas cidades, refletido negativamente na qualidade de vida dos munícipes. Nesse contexto, os estudos para integrar a natureza em construções e aproximar o verde das pessoas que moram em áreas urbanizadas têm merecido destaque”, diz a professora Claudia.

Ela observa que os jardins verticais constituem uma nova forma de maximizar o uso de um dos bens mais escassos da cidade: o espaço. “Os benefícios de um jardim vertical vão além do estético, é uma solução que ajuda na qualidade ambiental. Cada vez mais explorado no mundo, o jardim vertical é considerado uma medida mitigatória para melhorar a qualidade do ar, a proteção térmica e a acústica.”

Outro aspecto relevante da utilização da vegetação como componente do projeto, diz Claudia Mattiuz, é o efeito visual interessante e as transformações que o projeto propicia ao longo dos anos e em função das variações sazonais. Ao contrário dos materiais de construção usuais, que se deterioram com o tempo ou que são substituídos por novas tecnologias, a vegetação se desenvolve, cresce e revigora a imagem do edifício com o passar dos anos”, conclui a professora de paisagismo.

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