Palmadas Pedagógicas (VII)

O jovem quer o máximo de liberdade e o mínimo de responsabilidade. É um engodo. Só há liberdade se a responsabilidade antecedê-la. Todo o processo educativo numa pessoa visa formá-la cidadã de direitos e obrigações. Para Renato Janine Ribeiro (Professor titular de Ética e Filosofia Política da FFLCH/USP, SP) “o eixo da responsabilidade jurídico-penal está na ligação liberdade/responsabilidade. (…) Toda a questão da cidadania está nesse eixo. Só o sujeito livre e responsável será cidadão. Quem é livre, mas não responde por seus atos é déspota. Quem responde por seus atos sem liberdade é escravo ou súdito”.

Paulo Mendonça, pai de duas adolescentes, tem dificuldade em dar umas palmadas. Quando criança costumava apanhar, por isso deixa que sua esposa Eliete aplique o corretivo que julgar adequado. Eliete acha que a autora do projeto foi infeliz ao comparar palmadas eventuais com a palmatória. Explica que na palmatória havia uma humilhação implícita e a criança apanhava na frente de todos e as palmadas só ocorrem em casa.

O que parece ficar cada vez mais evidenciado é que na medida em que a moral da cultura se relativiza, um corretivo verbal se enfraquece diante do novo espectro moral que ganha cada vez mais espaço. O uso das palmadas pode com isso ter mudado seu sentido.

 

Fonte: Jornal Opção

 

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Sou muito ciumento e possessivo com meu namorado (faço ele se sentir acuado, preso e o obrigo a me ver). Ele já me deixou por um relacionamento heterossexual. Estudamos na mesma faculdade e ele teme ser descoberto, o que nos impede de namorar e fico arrasado. Eu o amo, mas ele “ainda não” (palavras dele). Nessa insegurança às vezes passo dos limites e ele pediu um tempo. Como fazê-lo entender que sofro com meu ciúme e me sinto o pior ser humano do mundo?

Diogo.

 

Você mesmo confessa o ciúme exagerado. Sabe que não só você sofre, mas seu namorado que nada tem a ver com seu sentimento. Por outro lado paga o preço dos receios dele. Não deixa de ser uma troca!

Mas algo me incomodou mais: seu investimento afetivo é bastante maior que o dele. Será que, ao se exceder por alguma razão, ele não aproveitou para pedir um tempo já que ainda parece não saber o que quer ou quem quer? Você diz que o ama, mas ele “ainda não”…

Como fazê-lo entender que sofre? A questão principal, talvez, seja você precisar entender mais de você mesmo, porque se dispõe a pagar preços tão caros. Exceto os ciúmes, está feliz com ele assim? Sua demanda de amor se apresenta muito díspare da dele. Isso é possível quando nos apaixonamos, mas até outro relacionamento ele já tentou. A mim parece que tanto ele quanto você primeiro precisam encontrar a si mesmos para depois encontrarem-se um ao outro.

 

 

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