Eleições, debate antecipado?

Bruno Guimarães

 

Estamos a 100 dias da realização das eleições gerais no Brasil para definir prefeitos e vereadores nas pouco mais de 5500 cidades brasileiras. Em meio à pandemia que nos abateu, mesmo assim o tema da renovação pulsa nas conversas entre os correligionários de mais de 35 partidos políticos organizados no país. E, certamente, na população, ainda mais sofrida diante da crise da saúde, que ceifou vidas, provocou a falência em inúmeros estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços e ampliou a desigualdade social no nosso país.

Mas, aqui em Piracicaba, a sucessão do Sr. Prefeito e a renovação da Câmara dos vereadores é tema de artigos nos nossos jornais e emissoras de rádio, opiniões, entrevistas, comentários. E a opinião pública ainda não foi picada pelo coronavírus da indiferença. Ela pulsa. Não fosse por isso, por que o partido do Sr. Ptrefeito estaria a encomendar pesquisas de opinião pública para saber a quantas anda o seu prestigio?

Suas declarações esta semana, para rebater a entrada na Câmara Municipal de denúncia sobre sua inelegibilidade, assegura que “as oposições querem antecipar o debate eleitoral”. Então para que encomendar pesquisas? Para que caçar novos nomes para o seu partido? Para que juntar 10 partidos ao seu lado e alinhar 380 pré candidatos a vereadores? Para que orientar funcionários públicos ao entregarem cestas básicas doadas por supermercados e outras entidades, anotarem sempre os nomes das pessoas a quem serão entregues? Etc e tal…

As articulações de pelo menos 10 partidos contrários à mais uma reeleição do PSDB em Piracicaba começaram no dia seguinte à proclamação dos resultados das eleições presidenciais em nossa cidade, quando o candidato apoiado pelo PSDB local perdeu para Bolsonaro, Ciro Gomes e Fernando Haddad, fazendo minguados 10 mil votos entre os eleitores de nossa terra. Foi o sinal dado pela população de que “venceu o prazo de validade do PSDB governando a cidade.”

E de lá para cá, com esforço da sociedade, com as periódicas condenações da justiça ao trabalho mal feito pelo Sr. Prefeito e sua equipe em várias áreas, começam a surgir os indícios claros de improbidade administrativa. Ou seria de senilidade administrativa? Acostumado a trabalhar só com “améns”, os Sr. Prefeito começa a ouvir pelas ruas, no povo, nas manifestações do Movimento contra a Corrupção, nas páginas dos jornais e até entre amigos, as preces de despedida de suas contribuições a cidade de Piracicaba.

O mundo político local não se acovardou diante da pandemia e resiste, sim, bravamente à mais uma tratorada do prefeito e sua troupé, contra a sociedade. Dessa vez vai ter briga sim. Briga por novas ideias, novos procedimentos, pela necessária renovação nos cargos públicos.

Em artigo recente também o Sr. Prefeito defendeu que “não quer o retrocesso da cidade”. Não queremos mais o retrocesso nós, porque a cidade parou. Piracicaba está morrendo de inanição com o seu comércio feito uma sanfona que abre, fecha, abre, fecha, abre, fecha. Causando sentimento desonroso aos empreendedores e aos moradores da cidade.

Estamos a 120 dias de podermos arejar a cidade, e o debate desta vez não será contra apenas uma voz, como ocorreu nas eleições de 2016. Mas contra pelo menos 10 novas vozes, de partidos liberais, democráticos e de esquerda. Que estão construindo, ainda que não de forma propositiva, a resistência contra o PSDB. Que os tucanos voem para outras plagas, são os nossos mais sinceros desejos.

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Bruno Guimarães, presidente do Patriotas

 

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