Ontem (7), em “carreata pela vida”, organizada pela subsede em Piracicaba da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que foi marcada por protesto em frente à Diretoria Regional de Ensino, com “apitaço” e “buzinaço”, professores da rede estadual de ensino protestaram contra a volta às aulas presenciais em função do Estado de São Paulo ainda não ter conseguido interromper o crescimento da pandemia do coronavírus. Para a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), a carreata, que aconteceu em diversas regiões do Estado, é para protestar “e dizer que é prematuro estabelecer a data de voltar às aulas presenciais, sem resolver o problema da saúde”.
Durante a carreata, que percorreu as principais ruas do centro da cidade, e foi até o prédio da Diretoria Regional de Ensino, no bairro São Dimas, Bebel disse que a educação está sendo seriamente atacada pelo governo do Estadual de São Paulo, com o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, “fazendo tudo da cabeça dele”, sem ouvir a categoria e a Apeoesp, inclusive assediando professores quanto a possíveis descontos salariais decorrentes de supostas faltas ocorridas durante o trabalho remoto, o que se constitui em evidente e inaceitável assédio moral. Diante de toda esta truculência por parte do governo estadual, a presidenta da Apeoesp destacou que a ideia é fazer uma grande carreata, que parta do Pontal do Paranapanema e vá passando pelas diversas cidades até chegar em São Paulo “e que nos aguente na Secretaria de Educação”.
A data prevista por Doria para a retomada das aulas presenciais no ensino público e privado é 8 de setembro. Porém, Bebel argumenta que o plano de reabertura das escolas é prematuro, não tem base científica e pode representar um perigo real de aumento dos casos de Covid-19. “São Paulo é o epicentro da epidemia no Brasil”, disse, ressaltando que a carreata e o protesto também foram em defesa da aprovação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) permanente, pelo Congresso Nacional, para garantir recursos voltados à manutenção e a valorização da educação.
A presidenta da Apeoesp também diz que, por conta da alta concentração de alunos em salas de aulas, as escolas são espaços de grande contágio e questiona como o governo estadual irá garantir condições para a higiene pessoal de milhões de estudantes, se chega a faltar água em muitas escolas. Bebel destaca ainda que grande parte das escolas não possui condições de ventilação necessárias para o momento e que, até que esses problemas sejam solucionados, o governador deveria aguardar antes de anunciar retomada. “Escolas são locais de alto contágio. Foram as primeiras a parar e devem ser as últimas a voltar, no momento em que houver uma drástica redução da pandemia, com garantia de segurança sanitária para estudantes, professores, funcionários e suas famílias. Qualquer precipitação será um atentado contra a vida. A prudência recomenda que pelo menos até dezembro seja mantido o uso das tecnologias de informação e comunicação, porém de acordo com um protocolo que é necessário estabelecer de forma negociada”, defende.
Professores fazem carreata e protestos contra aulas presenciais
8 de julho de 2020