A Prefeitura de Piracicaba e a Secretaria Municipal de Saúde deram início à discussão de parceria com a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) para a operação do castramóvel. A reunião aconteceu no dia 25 do mês passado, e ficou acertado que será estabelecida parceria, por meio de convênio, para o uso do equipamento pela universidade por meio do seu curso de veterinária. Em contrapartida, caberá aos alunos o atendimento dos animais das comunidades carentes.
A reunião foi no gabinete do prefeito Barjas Negri e teve a participação do secretário municipal de Saúde, dr. Pedro Mello, da equipe diretiva do CCZ (a coordenadora e médica veterinária Eliane Carvalho e os veterinários Paulo Lara e Etelcles Mendes), o professor e reitor da Unimep, Ismael Forte Valentin, Andréa N. Araújo Pratti, que é a coordenadora do curso de veterinária, a professora Marlene Aparecida Moreno, diretora de pós-graduação e extensão, e Renata Bueno, diretora de graduação da Unimep.
A proposta que foi discutida, e agora deverá ser transformada num convênio, é que a Unimep seja parceira do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), usando do castramóvel no curso de veterinária. O novo equipamento integrará o curso de extensão dos alunos na prática educacional em bairros da cidade, e de castração de cães e gatos, especialmente daqueles animais em estado de abandono.
O prefeito Barjas Negri fez um breve relato sobre o trabalho desenvolvido pelo CCZ, apontou o crescimento das castrações no município, a parceria com o governo do Estado para a construção de uma clínica veterinária na cidade, “que está em estágio avançado”, e a importância de a Prefeitura firmar um convênio com a Unimep, dinamizando o uso do castramóvel. “A parceria garante o atendimento da população carente nos bairros, e servirá como serviço educacional sobre saúde animal e castração, bem como contribuindo para o trabalho extensão dos universitários”, disse o prefeito.
Pedro Mello enfatizou que, com a parceria por convênio, o castramóvel deixará de ser apenas um centro cirúrgico para se tornar uma sala móvel de aula às crianças das comunidades. “O equipamento será ressignificado, ganhando um novo conteúdo simbólico, de projeto social e educacional, para tratar da importância dos animais de estimação para as famílias e a sociedade”, explicou.
O secretário destacou a importância da prática cirúrgica e de extensão para os alunos do curso de Veterinária da Unimep, que poderão iniciar com o castramóvel e avançar parcerias maiores quando a clínica veterinária entrar em operação. Ele explicou ainda que “a população de baixa renda tem dificuldades para levar seus animais até ao centro cirúrgico do CCZ. O equipamento teria esta finalidade bem prática, de proporcionar o serviço nos bairros, atendendo esta demanda social”.
A coordenadora Andréa afirmou estar determinada em levar adiante a parceria, uma vez que seria uma grande oportunidade para os alunos desenvolverem um trabalho de mapeamento dos animais, inicialmente nos bairros do entorno da Unimep, e educacional. “O problema dos animais abandonados, comunitários (que vivem nas ruas, mas são cuidados pela comunidade) não é apenas a castração, mas fundamentalmente, educacional. Podemos fazer esse mapeamento real, educacional e posterior castração”.
O reitor Ismael também ressaltou a importância da parceria, enfatizou as limitações impostas pela pandemia à realidade, e defendeu que o próximo passo é estabelecer os critérios legais e técnicos do acordo para levá-lo adiante. “Em São Paulo, trabalhei com o curso de veterinária em projetos de extensão e de fato eles são imprescindíveis para a complementação da boa formação acadêmica”, afirmou.
O alinhamento do projeto será feito nos próximos dias a fim de que se tenha uma perspectiva de trabalho em conjunto a partir de agosto. Os profissionais do CCZ vão dar todo o suporte para esta elaboração, devido à visão prática da equipe, especialmente em mutirões. “Vamos trabalhar juntos inicialmente para que a formatação seja a melhor possível para ambas as partes”, concluiu Eliane.
CASTRAMÓVEL
O projeto do castramóvel, adquirido pela Secretaria de Saúde, segue padrão aprovado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária. Com 6 m de comprimento e 2,4 m de largura e 3 m de altura. A unidade é dividida em quatro salas. O animal (cão ou gato) é recebido na sala de preparo pré-operatório (1ª) e, posteriormente, encaminhado ao centro cirúrgico (2ª).
Enquanto isso, o médico veterinário se prepara na sala de paramentação (3ª). O pós-operatório, para recuperação, ocorre no último compartimento (4ª), onde fica a gaiola, com capacidade para oito animais. Esta sala também conta com uma porta independente para a retirada do cão ou gato pelo seu dono. O equipamento conta ainda com divisória central removível, bandeja coletora de fezes, aquecedor elétrico de 800w, mesa cirúrgica, armário s e gabinete, toldo externo.