O homem público e os seus desafios

Barjas Negri

 

Nos últimos 25 anos, ocupei vários e importantes cargos públicos nas três esferas de governo: municipal, estadual e federal. Por exemplo: na Prefeitura de Piracicaba, fui secretário municipal de Educação e Planejamento, e prefeito; no Estado, secretário de Habitação, presidente do CDHU; e do FDE e no Federal, presidente do FNDE, secretário-executivo e ministro da Saúde.

Nesses cargos, administrei expressivos orçamentos, envolvendo muitos bilhões de reais, aplicados diretamente ou via convênio com prefeituras e entidades sociais, visando melhorar as condições de vida da população. Alguns exemplos: compra de medicamentos, de vacinas, de equipamentos, de unidades móveis, de material escolar, de livros e cadernos, de construção de núcleos habitacionais e de urbanização de favelas, de construção de escolas e creches, de construção de hospitais, UBSs, policlínicas, de melhorias viárias e pavimentação asfáltica, de construção de pontes e viadutos, de teatros e centros comunitários, de centros sociais e comunitários, de construção de estações de tratamento de água e esgoto, de limpeza pública, de manutenção de serviços públicos, entre muitas outras atividades.

Todos esses investimentos foram precedidos de licitações públicas transparentes, com participação de servidores públicos e de empresas privadas. Tudo fiscalizado pela Câmara de Vereadores, pela Assembleia Legislativa, pelo Congresso Nacional, pelo TCU, TCE, Ministério Público e diversos órgãos de controle interno e externo.

Em minha carreira pública, assinei mais de 30 mil contratos e convênios, todos fiscalizados e auditados. Nessa mesma carreira, não sofri qualquer processo criminal. A quase totalidade foi aprovada sem ressalvas, ficando pendente alguns processos que apresentaram alguns problemas de ordem administrativa: falta de documentos, planilhas incompletas, detalhes em projetos, valores aditados com pouca justificativa, questões de prazo de execução, entre outros. Todos esses processos administrativos foram elaborados por servidores públicos sérios e competentes e assinados por mim, enquanto secretário, presidente, secretário- executivo ou prefeito.

Ao detectar falhas administrativas, os tribunais de contas e os ministérios públicos abrem processos administrativos, solicitando explicações e esclarecimentos no âmbito do poder Judiciário. Com a apresentação das defesas prévias, a maior parte desses processos foi arquivada, restando poucos com pendências em instâncias judiciais,  cabendo ainda análise e recursos. Todos esses processos não implicaram em denúncia de desvio de recursos públicos, de sobrepreço, de enriquecimento ilícito ou de qualquer ato de dolo ou má fé. Alguns desses processos foram divulgados pela mídia, com algumas manchetes que até  considero maliciosas, tendenciosas e desonestas, que influenciaram quem apenas leu as manchetes e não a matéria. É uma pena, mas a vida pública é assim e devemos respeitar a liberdade de imprensa, ainda que não concordemos com suas formas, sensacionalismo e má-fé.

Alguns adversários se aproveitam dessa situação e falam em condenação de forma imprópria, sabendo que, em momento nenhum, infringimos a lei da ficha limpa que pode tornar um homem público inelegível. Nesses 25 anos, pautei por bem servir a população e, em especial, a que mais necessita de política pública eficiente, na educação, na saúde, no transporte, na habitação, no saneamento e na área social. Tenho tido a coragem do bom administrador que, muitas vezes, sacrifica seu lazer, saúde e convívio social em prol de Piracicaba

Continuo morando na mesma casa, na Rua Fernando Febeliano da Costa, meus bens todos estão declarados no Imposto de Renda, continuo trabalhando sem a necessidade de segurança, não tenho ligação com grupos deste ou daquele segmento e não me intimido com acusações levianas, fake news e inverdades. Tenho muito orgulho de ter ajudado a nossa Piracicaba a se tornar a melhor cidade do Brasil em Gestão Pública, em Educação, em Saneamento Básico e a 1ª de São Paulo em Saúde. Com tudo isso, entendemos que é possível fazer mais por Piracicaba e evitar o seu retrocesso.

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Barjas Negri, prefeito de Piracicaba

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