Uma indústria sem chaminé

José Pedro Leite da Silva

 

 Qual o preço do Rio Piracicaba? Das nossas festas e eventos culturais? Dos restaurantes e saborosos peixes na orla do nosso Rio? Do Engenho Central? Do XV de Piracicaba? Da Esalq como espaço público e de lazer? Dos nossos salões de arte, do nosso Salão de Humor, hoje internacional?

Trata-se de desafio incomensurável para economistas, como eu, gestores públicos, empresários e cardiologistas. Sim, cardiologistas, por que, quanto custa a nossa paixão pelo Rio e suas histórias e tradições? Isso não tem preço nas nossas vivências.

Dias desses, debatendo assunto no programa “Os Comentaristas” da Rádio Educadora, percebi o eco das minhas ideias sobre o tema. A indústria do turismo é uma importante difusora de cultura, implementadora de negócios, geradora de emprego e renda. E Piracicaba tem um apelo especial para ela.

Ela é importante e decisiva também porque, ao nos trazer visitantes de outras cidades, trazem o pagamento pelo peixe e a cerveja nos nossos restaurantes, ampliam os recolhimentos de impostos; assim como nos shows populares, eventos públicos no Engenho Central, no Largo do Pescador entre outros. Os piracicabanos que compartilham e compram estas pequenas maravilhas, de per si, deixam os recursos da cidade na cidade. Mas o viajante da região, de outros Estados ou países, que por aqui passam, deixam um recurso extra e necessário para o engrandecimento econômico da cidade.

E é sobre essa fatia que creio, pode estar uma das oportunidades para que se amplie o debate sobre a capacidade que temos para mostrar nossas belezas naturais e culturais, que tornam Piracicaba uma cidade única.

Numa das questões que fui abordado durante o programa, me disseram “como fazer isso com o Turismo atrelado à Secretaria de Cultura?” A resposta imediata é – para os tempos difíceis que teremos que trilhar a partir de 2021, com as finanças municipais, mantê-las unidas. Mas, ao mesmo tempo qualificar ainda mais e melhor os seus funcionários públicos, para que possam ser agentes dessa transformação.

A prefeitura de Piracicaba gasta muito dinheiro com consultorias externas em várias áreas. Precisa gastar mais também com o turismo, que cognominei de indústria sem chaminé, no título deste artigo.

Com sua rede de restaurantes, bares e hotéis, com a necessidade de um plano estruturado exigido agora por lei, Piracicaba pode inscrever-se, com toda a infraestrutura que já possui, para receber novos tipos de eventos e não só os domésticos-caseiros.

Mas, como potencializar essa rede toda? Eis aí um belo desafio para a próxima gestão. Quando fui secretário de turismo anteriormente, criei as festas do peixe e da cachaça e da mandioca. Sou um dos pioneiros na construção da festa do milho em Tanquinho, meu bairro de nascimento e origem. Vejo nas parcerias público privadas, uma oportunidade de termos por aqui novas atrações e atrativos.

E comprometo-me a dialogar com os setores responsáveis, com o objetivo de dar lhes as condições necessárias para que operem com maior vigor ainda na prestação de bons serviços aos nossos visitantes. Ainda ao meu tempo de Secretário, criei o passaporte do turismo local, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre nossas atrações turísticas e criar sinergia com os visitantes da nossa terra. Quem sabe conseguimos implantá-lo novamente.

Enfim, vejo no turismo cultural e de negócios, um campo fascinante para gerar emprego e renda para Piracicaba. E estou disposto a cuidar desse campo com especial atenção e respeito que ele merece.

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José Pedro Leite da Silva, ex-vereador, empresário, pré-candidato a prefeito pelo PL de Piracicaba.

 

 

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