Luiz Tarantini
Olá, alvinegros apostólicos romanos! Muito bom dividir, mais uma vez, opiniões e dúvidas com todos vocês. Nosso assunto preferido sempre será o Nhô Quim e pensando em seu futuro é que iremos discutir esse tema, que agora aflige a diretores de todos os clubes, torcedores, imprensa, profissionais da saúde, atletas e todos funcionários envolvidos no dia a dia de um clube de futebol: “Como será o futuro”?
Vamos por partes. Com a liberação dos treinos para os times da série A1 do Estado de São Paulo, quase todos os atletas do Brasil estarão em movimentação para o reinício? Não amigo, você não pode esquecer as séries A2, A3 e as séries B, até mesmo as categorias de formação.
A volta é fracionada e direcionada ao módulo que é mais rentável financeiramente e o que tem mais visibilidade. Além do torcedor local, quem estará “tão” preocupado com as equipes de pouco poder financeiro? Quando defendi que perder a oportunidade de ter voltado para A1 em 2019, frente a Inter de Limeira foi uma catástrofe, alguns super entendidos e gralhas de microfone responderam que era melhor o XV ter ficado na A2, por não ter estrutura para disputar a A1.
Eu não estava tão errado, correto? Estaríamos agora com um suporte muito maior financeiro e com mais visibilidade para buscar patrocínios, pois nesse momento esses “entendidos” não sabem como é ruim ter seu salário reduzido a 50% do valor. E isso ainda que a diretoria do XV está agindo com muita preocupação com todos os profissionais do clube, pois em algumas equipes “todos” foram demitidos e colocados à disposição do mercado. Qual mercado?
Parabéns, ao presidente Arnaldo Bortoleto, que agiu como grande gestor que é, pensou no lado financeiro do clube sem esquecer o lado pessoal de cada funcionário da instituição. Tiro meu chapéu. Suas decisões e ações, além de renovar os contratos de quase todos os atletas e manter o que conseguiu de funcionários, deram ao time a condição de continuar a disputa, quando essa voltar em alto nível, colocando o alvinegro como um favorito ao acesso e ao título.
Para a competição do segundo semestre, a Copa Paulista, é lógico que o investimento será muito menor. Vários atletas deixarão o clube, assim como comissão técnica e o seu entorno, mas isso já é uma regra, ano após ano, e muito fácil de se compreender. Não existe repasse de verba da Federação e os patrocínios caem verticalmente.
Nada do que está acontecendo com o mundo é culpa de alguém. Não vamos, então, achar ou eleger um “bode expiatório” para possíveis fracassos ou derrotas. A retomada será longa e difícil, pois mistura sentimentos que não estão no planejamento técnico, físico e tático, que são eles: medo, ansiedade, preocupação e incerteza. Como para todos nós, os profissionais que ali estão já se preocupam com o futuro, e esse no mundo do futebol e de todos os esportes, é hoje ainda mais incerto e as oportunidades diminuirão drasticamente a partir de agora.
Sem desmerecer a nenhum atleta que veste hoje a camisa do Nhô Quim, caso não aceitassem as condições impostas para renovação dos contratos, para onde iriam? Existe um mercado aberto para os módulos menores do futebol? Não tem como mensurar a quantidade de atletas desempregados nesse momento. Então, o “feito” da presidência do XV é para ser enaltecido ainda mais: manteve uma fatia desses profissionais empregados e garantiu a saúde financeira do clube. Parabéns.