Elda Nympha Cobra Silveira
Desde priscas eras, se fala muito sobre o amor e às vezes até demais, porque nem sempre ele é verdadeiro, porque falar é uma coisa, e sentir é outra coisa! Percebo que muitas vezes mais recebemos que damos o nosso amor, às vezes estamos esperando agradecimentos ou elogios e mais tarde notamos que postergamos essa atitude quando deveria ser feita naquela ocasião propicia.
No fundo, lá bem fundo sabemos que somos sovinas nos cumprimentos e ávidos por elogios. Por que será? O que nos faz agir assim? Precisamos da opinião alheia sobre nós? É carência afetiva? O amor é o sentimento mais nobre. porque nos possibilita estarmos aptos a nos sentirmos mais elevados, mais altruístas, ter mais empatia pelo sentimento do outro, ter compaixão, exercitando o mandamento dado por Deus: “amais-vos uns aos outros como eu vos amei.”Agir assim não é fácil, todos nós sabemos.
Esse mandamento é prioritário porque em todos neles está inserido o amor. Todo trabalho divino e todo trabalho humano, valem por causa do amor.
Sem ele tudo será sem significado, sem utilidade, porque se você se enriqueceu sem amor ao próximo, sua abastança, ou sua falte de fé ou trabalho profissional não valerão nada, pois faltou o amor, ele é o exercício da nossa vida espiritual e humana. No Oriente estão se matando, em nome do seu Deus, isso é incompreensível, Deus nunca, jamais pediu esse comportamento bestial e desumano. O amor é o que faz o mundo ser mais cheio de significado, até os animais se amam, se protegem. Existem estórias de animais que cuidam até de bebês de outra espécie quando órfãos.
Conta-se que Romulo e Remo irmão gêmeos, fundadores de Roma foram criados por uma loba, por isso o nome de Roma, diz-se que é uma lenda, mas poderia ser verídica, há casos iguais tanto nas florestas como no mundo urbano. O amor é intrínseco da natureza de Deus, do divino, faz parte do sentimento coletivo. Em nós está presente o sentimento gregário, não gostamos de estar sós! Deus até nos deu uma companhia, criou Eva para Adão, segundo a Bíblia. Sem amor é impossível servir a Deus verdadeiramente. Tendo compaixão, o ser humano começa a desenvolver o amor pelo seu irmão, e em seu amor por si mesmo, e amará também o todo. No amor fraterno, existe a gratificante união de todos os seres. O amor fraterno nos faz acreditar que todos somos um.
Na sociedade contemporânea, fala-se e escreve-se muito sobre sexo e quase nada sobre o amor. Talvez porque seja difícil decifrá-lo, ele é mais traduzido pela poesia ou na literatura, que muito fala sobre ele. Nos centros urbanos as pessoas se encontram, mas suas relações não se aprofundam, o amor verdadeiro pouco é encontrado.
Não só as relações amorosas entre duas pessoas estão tênues e sim mais físicas que espirituais. As relações familiares também estão desgastadas, sem querer analisar a razão que existe nesse meio familiar, mas o afeto ainda é o primordial elemento para isso. O afrouxamento das relações familiares lançou pessoas egoístas, só pensando em si mesmas. Mas isso não preencherá o vazio que se instalará ou já vigora e muito.
O competitivo meio do trabalho cansativo gerando insatisfação pela concorrência, separa de um convívio mais espiritualista do dar e receber, para não usar a lei de Gerson. Não é fácil ser uma irmã Thereza de Calcutá, mas podemos ser mais amorosos.
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Elda Nympha Cobra Silveira, escritora e artista plástica; e-mail: [email protected]