Ginásio Esportivo Felício Maluf, na Vila Rezende

Barjas Negri

 

Em 1980, exercia o cargo de Secretário Municipal de Educação e o dr. Eduardo de Mello Ayres era o secretário de Esportes. Numa de nossas reuniões, ele informou que tinha bom relacionamento com o Ministro do Trabalho Murilo Macedo, que seria possível obter recursos do Fundo de Ação Social (FAS) para a construção de um ginásio esportivo desde que atendesse algumas escolas e a Secretaria de Esportes. Juntamos esforços, escolhemos uma área no bairro Algodoal, de expansão urbana crescente que contava com uma escola de Ensino Fundamental Estadual e onde a prefeitura começava a construir uma escola de Ensino Infantil e de Educação Complementar ao Ensino Fundamental.

Elaboramos o projeto de solicitação de recursos à “fundo perdido”, sem ônus para a Prefeitura e a Secretaria de Planejamento, coordenada por Luiz Nelson Scarpari, contratou o projeto executivo, e o memorial descritivo e orçamento. Pela articulação do Mello Ayres o projeto foi aprovado e os recursos liberados. Tudo certo, a licitação realizada, as obras foram contratadas e iniciadas. No entanto, dois problemas aconteceram: o primeiro é que o processo inflacionário reduziu parte significativo dos recursos e a prefeitura em situação financeira delicada não teve recursos para sua complementação. Resultado: as obras ficaram paralisadas por um bom período.

Em 1983, fui convidado para ser o Coordenador de Políticas Sociais da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo. Nessa função, coordenei um importante programa denominado pelo Governador Franco Montoro de “Fim do Elefante Branco”. Na verdade, esse projeto consistia em tentar recuperar recursos públicos investidos em centenas de obras espalhadas pelo interior, que encontravam-se paralisadas por falta de recursos decorrente da grave recessão do período, ou por falta de planejamento.

Na reunião com o então secretário estadual de Esportes, Caio Pompeu de Toledo, para verificarmos a relação e os custos das obras esportivas paralisadas, verifiquei que não havia nenhuma obra prevista para Piracicaba. Lembrei a do Ginásio de Esportes da Vila Rezende/Algodoal estava paralisada e procurei incluí-la na relação e providenciar o orçamento. Liguei ao então prefeito Adilson Maluf, e expliquei que havia oportunidade de liberar recursos para a conclusão desse ginásio esportivo, mas que seria necessário correr contra o tempo, preparando o projeto de conclusão, memorial descritivo e orçamento em duas semanas sob risco de perder os recursos.

Com a experiência de engenheiro e de prefeito em segundo mandato, Adilson Maluf foi ágil, correu contra o relógio e enviou ao Palácio dos Bandeirantes, onde eu trabalhava, o engenheiro e vereador Adalberto Maluf, acompanhado do vereador José Inácio Sleimann – Mugão, para protocolar o projeto e tirar toda e qualquer dúvida. Tudo acertado, em alguns meses os recursos foram liberados para a Prefeitura, que tomou todas as providências para o processo licitatório e conclusão.

Em 1985, recebo uma ligação do Prefeito Adilson Maluf me informando que o ginásio esportivo estava concluído e que seria inaugurado, convidando-me para comparecer ao evento. Data marcada, compareci à inauguração do Ginásio Esportivo denominado de Felício Maluf, ocasião em que a Prefeitura gentilmente me fez uma homenagem com a placa de agradecimento pela colaboração para viabilizar aquela obra. De lá pra cá, passaram-se 35 anos e espero ter sido fiel aos acontecimentos, que brindou Piracicaba com mais em bom e funcional equipamento esportivo.

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Barjas Negri, economista, prefeito de Piracicaba

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