Universidades admitem adiar e flexibilizar vestibulares

Wilson Levy, que coordenou o evento on-line – Crédito: Divulgação

Em audiência pública promovida pela presidenta da Comissão de Educação e Cultura a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), deputada estadual Professora Bebel (PT), com o tema “Vestibulares e vestibulinhos no contexto da Covid-19”, as universidades estaduais admitiram flexibilizar e até mesmo adiar a realização dos vestibulares de 2021, em função da pandemia do coronavírus e da grande dificuldade dos estudantes das escolas públicas em acessar as tecnologias da informação que vem sendo utilizadas no ensino a distância. Na audiência, online, quinta (11), as universidades de forma unânime demonstram desejo de realizar os exames após o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a depender da data em que for agendado, inclusive não sendo descartado que sejam unificados.
Essa posição foi defendida pelos reitores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor doutor Marcelo Knobel; da Universidade Estadual Paulista (Unesp), professor doutor Sandro Roberto Valentini, que esteve acompanhado a pró-reitora de graduação da universidade, professora Gladis Massini-Cagliari; e pelo pró-reitor de Graduação da Universidade de São Paulo, professor doutor Edmund Baracat, que representou no evento o reitor da USP, professor doutor Vahan Agopyan. Foi discutida ainda a mesma necessidade em relação às escolas técnicas, cujos trabalhadores estiveram representados pelo Sindicato da categoria, professora Silvia Elena de Lima. Segundo ela, há tendência de que a seleção seja com base nas notas dos alunos. José Alves de Freitas Neto, da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) e Leandro Alves Oliveira, coordenador do Fórum Estadual de Educação e diretor da Apeoesp, também participaram, assim como a professora Silvia Gatti, presidenta da Associação dos Docentes da Universidade de Campinas (Adunicamp).
Os promotores do Grupo de Atuação Especial da Educação (GEDUC) do Ministério Público Estadual, João Paulo Faustinoni e Daniel Serra Azul, também participaram da audiência pública e manifestaram sua grande preocupação com a questão e saudaram a iniciativa de debate sobre o tema promovido pela deputada Bebel, para que sejam definidas as datas de realização dos exames de acordo com os interesses dos estudantes e da sociedade.
Na mesma direção se pronunciaram os estudantes, por meio dos presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão; da União Estadual dos Estudantes, Caio Yuji; da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Rozana Barroso; da Associação dos Docentes da Unicamp, professora Silvia Gatti, e da Associação dos Docentes da USP, Rodrigo Ricupero, além de Victoria Batista, representando a União Paulista dos Estudantes Secundaristas.
A deputada Professora Bebel, assim como como outros participantes, destacou a compatibilização dos vestibulares com a data do Enem. Bebel lembrou a importante vitória que foi o adiamento do Enem, uma luta que uniu estudantes, professores, famílias e diversos segmentos sociais, tendo em vista a necessidade de impedir o aprofundamento das desigualdades nesta situação excepcional que estamos vivendo. A professora Bebel lembrou ainda que levantamento realizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que preside, demonstra que a menos de 30% dos estudantes das escolas estaduais estão tendo condições de acessar as atividades do ensino a distância.
Durante a audiência pública foi defendido pelos participantes o combate à exclusão e, desta forma, levantou-se a necessidade de se debater também a necessidade de readequação do próprio conteúdo e metodologia dos exames, para que se busque reduzir a grande desigualdade entre estudantes oriundos das escolas públicas e privadas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima