O futuro feito hoje no turismo paulista

Vinicius Lummertz

 

O que queremos para o turismo do Estado de São Paulo quando passar a pandemia? Essa pergunta guiou o nosso trabalho nos últimos três meses. Esse pensamento, essa inquietação para os dias de Covid-19, serão fundamentais principalmente quando tiver início a saída da crise, a retomada mais efetiva.

Em breve retrospectiva, em 2019 o turismo de São Paulo cresceu 5,3%, o dobro do crescimento nacional. Tivemos iniciativas concretas, como a ampliação de voos para diversos aeroportos do Interior. Viracopos, por exemplo, registrou um aumento de 3% apenas com essa nova oferta.

O primeiro bimestre do ano mostrou bons resultados, com perspectiva de crescimento, motivado principalmente pelos fortes investimentos em promoção feitos no último trimestre de 2019. Veio então a crise. Mesmo que não haja culpados, somos todos responsáveis pela sua superação.

Na Secretaria de Turismo do Estado temos mantido os investimentos focados nas obras em andamento. Até o final de maio, as liberações dos recursos atenderam cerca de 110 cidades de todas as regiões. São nossas estâncias e municípios de interesse turístico.

Foram R$ 60,1 milhões para que nossos destinos turísticos estejam preparados para bem receber os visitantes. Na região de Campinas, os recursos foram liberados para obras e benfeitorias em Holambra, Monte Alegre do Sul, Morungaba, Serra Negra, Águas da Lindoia e Socorro.

Esses investimentos são importantes também no presente, já que mantêm empregos em outros setores, principalmente na construção civil. Ou seja, mantêm a economia girando no hoje, com o consumo minimamente aquecido, e prepara os nossos municípios para o amanhã.

Em outra frente que injeta vigor econômico, nosso Programa de Crédito Turístico, lançado no ano passado, já aprovou as demandas de 27 municípios, totalizando R$ 21,6 milhões. São obras a serem financiadas por bancos públicos, relevando também o empenho dos prefeitos.

Durante esses quase 90 dias quarentena, fizemos questão de estar próximos tanto dos lideres municipais, quanto das entidades representativas dos segmentos que compõem o turismo, como agentes de viagens, hoteleiros e empresas aéreas. Atuamos em mutirão, incentivando ações sociais, como a confecção de máscaras. Organizamos pelo menos dez encontros virtuais e criamos um canal de comunição exclusivo para as boas práticas do setor, o www.mutiradodoturismo.com.br.

Mantivemos esse mesmo empenho com relação aos projetos estruturantes, de longo prazo. Apresentamos o masterplan de nossa primeira rota cênica, no Vale do Ribeira, extremo sul do nosso Estado – e já estamos preparando mais três: Litoral Norte, Circuito das Águas e Mantiqueira. Demos andamento ao estudo escopo legal para os Distritos Turísticos. Também fizemos em maio uma reunião produtiva com a Assembleia Legislativa apresentando detalhes do nosso centro Politurismo, que será fundamental para repensar e recriar nosso setor. E continuamos com os atendimentos do Programa de Crédito Turístico, que no final de maio recebeu o primeiro aporte, de R$ 60 milhões, do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), do Ministério do Turismo, que solicitamos no início do mês – com o compromisso de novas liberações.

Todas essas iniciativas são importantes para exercitarmos a nossa resiliência diante da crise presente e, principalmente, para preparar um futuro promissor para o turismo de São Paulo.

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Vinicius Lummertz é secretário de Turismo do Estado de São Paulo

 

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