Aumento de ações trabalhistas reflete impacto da pandemia

Secretário-executivo do Sincomercio, Carlos Beltrame participou, nesta segunda (1), de entrevista no Instagram do Parlamento Aberto da Câmara Municipal – Crédito: Divulgação

O impacto da crise econômica causada pelo coronavírus já é sentido na Justiça do Trabalho. Entre março e abril deste ano, levantamento que envolve 15 tribunais regionais do trabalho (TRTs), dentre os quais o que atende a região de Piracicaba, aponta crescimento de 522% no número de homologações relacionadas à Covid-19. A informação foi repercutida pelo secretário-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Piracicaba (Sincomércio), Carlos Beltrame, nesta segunda (1), em entrevista no Instagram do Parlamento Aberto da Câmara Municipal.
De acordo com o secretário, foram 178 processos em março de 2020. Um mês depois, em abril, o número saltou para 1.107, o que ele considera estatística “alarmante”. A preocupação maior, segundo Beltrame, é a de que esse número acentue ainda mais as estimativas de perdas no varejo, um dos setores mais impactados pela pandemia.
A estimativa é que o comércio seja impactado negativamente em mais de R$ 70 bilhões nos próximos meses, somente no Estado de São Paulo. Caso os efeitos da pandemia avancem além desse período, o impacto poderá ser ainda maior. “Em um cenário otimista, o comércio perderá, em média, cerca de R$ 60 bilhões. Já em um cenário mais agudo, caso a crise se intensifique, mais de R$ 70 bilhões”, informou o secretário.
Os profissionais autônomos e pequenas empresas, principalmente, foram gravemente prejudicados pela pandemia. Beltrame aconselha empreendimentos menores a incorporar o marketing digital nas vendas e migrar para o e-commerce para que consigam sobreviver. “Mesmo as lojas retornando à forma física, é necessário incorporar as vendas on-line de forma permanente. O Whatsaap, por exemplo, se tornou uma ferramenta de trabalho muito eficaz nesse período. Além de permitir proximidade e diálogo maior com as pessoas, conseguiu captar a real necessidade do cliente”, ponderou Beltrame.
INSUFICIENTE 

Ele avalia que, embora o governo tenha ampliado o valor do crédito destinado às microempresas do Estado para R$ 650 milhões, esse número ainda é insuficiente e não corresponde a um dia de faturamento do comércio. “Nenhum governo, seja municipal estadual ou federal, fez nada que tranquilizasse financeiramente as empresas. Nenhuma medida que fosse de fato efetiva foi adotada pelos gestores. Isso sem contar com a burocracia e os juros exorbitantes da iniciativa privada”, comentou.
RETOMADA DO COMÉRCIO 

O prefeito Barjas Negri (PSDB) assinou, no dia 28 de maio, o decreto 18.297/2020 que institui a primeira etapa do Plano Piracicaba de Retomada das Atividades Econômicas durante flexibilização da quarentena, estabelecida para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. A Administração segue o Plano São Paulo anunciado pelo governo do Estado, que também estendeu a quarentena até 15 de junho.
As atividades de comércio estão funcionando com restrição de horários das 9h às 17h, de segunda à sexta-feira, e aos sábados, das 9h às 13h, conforme solicitação anterior das entidades representativas do comércio local. Além disso, também com restrição de acesso simultâneo de 20% à capacidade do estabelecimento.
Os lojistas deverão seguir o Protocolo Geral do decreto, que prevê a obrigatoriedade do uso de máscaras, disposição de álcool em gel (70%), uso de EPIs dos funcionários e empregadores, limpeza e desinfecção mais frequente das áreas comuns.
Entre as regras para os shopping centers, está o funcionamento com 20% da capacidade de pessoas e horário de funcionamento das 10h às 21h, de segunda a sábado. A abertura aos domingos está vedada. Outras regras abrangem a medição da temperatura corporal de cada pessoa que entrar no shopping, aplicação de antibactericidas nos tapetes de entrada para desinfecção dos calçados e instalação de dispositivos para garantir o distanciamento social. Cinemas, academiais, áreas kids, praça de alimentação e outras atividades que possam gerar aglomeração, não funcionarão nos shoppings.
Carlos Beltrame recomenda cautela ao frequentar esses espaços. “Só saia se realmente precisar. Esse é um momento de muita responsabilidade, tanto da parte do empresário, como do trabalhador e, principalmente do cliente e da população de forma geral”, advertiu.

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