O trabalho de pesquisa realizado pelo professor Adolpho Queiroz, para um novo livro sobre as origens do Salão de Humor de Piracicaba, levou-o ao encontro de um novo personagem, pouco conhecido pelos artistas do campo. Trata-se do comerciante Telmo Otero, que presidiu a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), entre 1977 a 1991, e cuja sede, leva hoje o seu nome.
Proprietário da Casa Triangulo, que ficava na rua Prudente de Moraes, nas proximidades da Praça José Bonifácio, Otero colaborou em 1979 com o jornal O Diário. Na segunda e mais prestigiada página do jornal, a Página Dois, Otero publicou durante meses seus cartuns com tons ecológicos. A sua apresentação no livro será feita pela artista plástica Denise Storer, uma das suas filhas.
O novo livro terá outros 15 personagens que atuam ou atuaram na imprensa local e que complementam os outros 32 piracicabanos natos ou que por aqui passaram, e que colaboraram com seus cartuns charges, caricaturas e histórias em quadrinhos com a imprensa local e compuseram o livro Piracartum 1. Queiroz descobriu o mais novo integrante do quadro de cartunistas da cidade recentemente, durante a pandemia, ocasião em que manipulou grande número de exemplares de jornais dos anos 1970 a 2020, com notícias guardadas sobre o Salão.
A ideia inicial era fazer o anteprojeto de um livro para os 50 anos do Salão, que ocorrerá em 2024. Contudo, além de Otero, Queiroz descobriu outros 14 autores, como um dos fundadores do Salão, o ex-bancário Roberto Antonio Cera, que mantinha também em O Diário, a página Recados; Chico Coelho, que foi colaborador do Jornal de Piracicaba; Emilio Moretti, que atuou no Diário do Povo Piracicabano e vários cartunistas revelados pelo jornal-revista Aldeia.
Redescobriu também os cinco autores de Piracicaba que participaram da primeira edição do Salão de Humor em 1974, como Fausto Longo, Rudinei Bassete, Armando Kanazawa, Roberto Cera e José Antonio de Arruda Mariano, mantendo contato com todos eles e atualizando a percepção de cada um deles sobre o sucesso do Salão e a influência que deixou para estes artistas.
O advogado Américo Vicente está produzindo outro dos artigos a serem veiculados no novo livro, discorrendo sobre Sálvio Frota, que assinava simplesmente Sal. Ele viveu em Piracicaba um período de sua vida. Sempre de terno, gravata e uma pasta com seus apetrechos nas mãos, sentava-se na Praça José Bonifácio, perto do antigo restaurante Brasserie e por lá, acabava arrumando trabalho. Muitos deles expostos em estabelecimentos comerciais da época, mostrando o caricaturado e sua profissão. Sálvio, quando não tinha onde pernoitar, dormia sobre as bobinas de papel do jornal A Tribuna Piracicabana.
Segundo Queiroz, o livro deve estar concluído agora no mês de junho, devendo entrar para impressão no mês de julho, com a expectativa de que esteja concluído até o dia 29 de agosto, quando será realizada a abertura do 47º Salão Internacional de Humor de Piracicaba.
Piracartum 2 tem Cartunista redescoberto: Telmo Otero
2 de junho de 2020