Oriel, a zaga que não foi vencida!

Olá, alvinegros apostólicos romanos! Sejam sempre bem-vindos ao nosso espaço democrático e livre de qualquer amarra seja política partidária, financeira e de favorecimentos. Aqui a conversa é franca, reta e sem maquiagem. Agradeço diariamente a nosso bom Deus pela oportunidade de estar com todos vocês semanalmente. Essa semana tivemos a triste notícia do falecimento do ex-jogador do Nhô Quim Oriel.

Oriel era um centroavante forte, de baixa estatura mas pelo vigor físico e boa colocação marcar gols era tarefa fácil, nenhum zagueiro conseguia parar aquele verdadeiro tanque de guerra se não fosse através de faltas as vezes até com certa violência, pois Oriel era realmente muito forte.

Mas eis que uma zaga composta por inimigos invisíveis aos olhos de todos, a depressão, alcoolismo e solidão inutilizaram o vigoroso centroavante, pois após encerrar a carreira como jogador, ter um bom início como treinador das categorias de formação, seus sonhos e projetos foram sendo minimizados por estes inimigos difíceis de bater. Morreu Oriel aos 60 anos deixando uma história de muitas vitórias e conquistas, uma trajetória que até hoje é reverenciada por todos que amam o futebol e o centenário Nhô Quim. Obrigado Oriel.

Para resumir em uma só história a carreira deste formidável centroavante, vamos emprestar o texto que o jornalista Luis Carlos Quartarollo, no site “Futebol em Rede”, publicou sobre Oriel em 20 de maio de 2020, que segue abaixo, na íntegra.

Morre o artilheiro do jogo do gato “analfabeto”

Luis Carlos Quartarollo

Morre o artilheiro do jogo do gato “analfabeto”. Em 1988 eu estava na Record/Gazeta com aquela grande equipe do Osmar Santos e fui escalado com o Rogério Achiles para transmitir um jogo à tarde, no Canindé, entre Portuguesa de Desportos e XV de Piracicaba. Lembro do grande Edson Scatamachia dizendo: “Vou escalar dois piracicabanos para ver o XV de perto” e lá fomos nós.

O jogo começou às 5 da tarde e já no primeiro tempo Oriel, um centro-avante que não tinha biotipo de jogador, mas fazia muitos gols, abriu o marcador. Veio o intervalo e à noite caindo, em São Paulo, eis que dá um apagão justo na hora que acenderam os refletores. E agora? Vai ter jogo, não vai ter, o que vai acontecer?

Daí veio a informação. Um gato entrou na Casa de Força, ou coisa que o valha, e provocou uma explosão. Conclusão: Jogo suspenso com 45 minutos faltando para jogar. Depois a gloriosa Federação Paulista de Futebol absolveu o gato e a Lusa e o jogo começou de novo em outro dia e a Portuguesa venceu por 1 x 0, gol de Bentinho. Talvez por isso que no XV muita gente não goste de gato miando por perto.

No último domingo, dia 17 de maio, morreu o centro-avante Oriel José Bernardes Marcolino, o Oriel, que fez o gol do jogo do Gato, que acabou anulado. Tinha apenas 60 anos de idade. Quem me mandou a informação foi o Vitor Prates, companheiro da Rádio Difusora, de Piracicaba, no seu “Blog do Vitor Prates”

Naquele dia tivemos muito trabalho. Quando era um jogo normal a gente encerrava logo após os vestiários e ia para casa. Mas quando algo fora do comum acontecia os repórteres ficavam buscando informações sem hora para sair. A profissão sempre foi assim.

Uma das coisas que mais me lembro é que na saída, do Canindé, naquele portão da Rua Azurita, que o porteiro Barrigana não deixava ninguém entrar a pé, mas podia sair a pé, fui pegar o carro e encontrei dois torcedores lusos tentando entender o ocorrido. Um questionou: “Foi um gato, é?” e outro respondeu: “Foi, o bichaninho entrou na casa de força e morreu esturricadinho. Acabou com a energia do estádio”. A replica foi “genial”: “Mas e a placa: Perigo, Alta Tensão?” Aí parei. Gato analfabeto é demais. Não leu a placa.

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