PROSA
Choque Cultural
Lídia Sendin
Minhas lembranças mais remotas da primeira infância estão permeadas de carinhosas recordações do tio Nelson e a da tia Oristidia, nossos vizinhos desde sempre, ele era amigo e colega de farda do meu pai e nossa convivência era diária. Minha casa vivia sempre às voltas com reformas, crescendo conforme crescia a família: mãe, pai, seis irmãos e uma avó conviviam nessa casa em reforma, e o tio Nelson estava sempre ali, literalmente com a mão na massa. A tia Oristidia era professora de piano e foi com ela que aprendi minhas primeiras notas musicais.
Com tanta amizade e convivência, eram mais próximos que boa parte da família e chamados com naturalidade de tios por mim, naquela época a caçula da família, e era sempre assim que minha mãe se referia a eles quando falava com os filhos.
Por isso, quando já grandinha, me referi a eles como tios a uma recém-chegada família ao quarteirão, recebi meu primeiro choque cultural ao ouvir um espantado, não é possível! Seguido de um comentário explicativo: eles são negros!
Sou da época em que na escola só nos referíamos aos negros no dia 13 de maio. Ninguém olhava para os afros descendentes como uma cultura rica e colorida, cheia de sincretismo religioso formado em uma época em que foram obrigados a usá-lo para preservar seus cultos e cultura ameaçados pelo branco opressor.
A inclusão, tão artificial e na moda como mero enfeite decorativo, ou politicamente correto, se fosse tratada com a infantil naturalidade que é vista pela criança, não seria tão difícil de ser incorporada numa sociedade que pouco ou nada fez, ou faz, para acolher e abraçar e principalmente respeitar as diferenças (se é que existem), sejam elas quais forem
POESIA
A minha Paz
Ivana Maria França de Negri
Quando foi que a perdi?…
Eu sempre me perguntava
Embrenhada nas desilusões
Em alguma curva da vida?
Nas noites de solidão?
Nos dias tempestuosos,
Nas dores de mãe ardorosa,
Nas mágoas que me feriam?
Depois de muito sofrer
Aprendi a grande lição
A minha Paz é só minha
E não me deixa jamais
Pois a Paz da minha vida
Sempre esteve dentro de mim…
VOAR
Ludovico da Silva (in memoriam)
Olho pela janela e fico a admirar os pássaros em voos suaves, silenciosos, elegantes, irrequietos. Dominam o céu. Cantam suas canções, que me fazem alegre.
Passearam pela manhã. De repente, desaparecem. Que fico fazendo na janela?
Recolho-me, também, e voo em sonho, tentando imaginar aquela sensação gostosa de poder me equilibrar em uma viagem de fantasia.
Quero continuar voando. Espero não acordar tão cedo. Do sonho.
Nesta vida, é preciso voar… sonhar…
SEMEADURAS
Ao meu grande Ecologista
Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins
Multicores! As mais belas!
O ecólogo as cultivava em canteiros desiguais.
Com suas flores adornava
a varanda dos bons sonhos e a sala de jantar.
O aroma inconfundível dos botões adolescentes
invadia o ambiente a despertar sentimentos!
E assim, plenamente contagiados,
corações descompassados se afinavam melodiosos!
O cenário então, à espreita, cúmplice do florista feliz
contemplava a harmonia nascida dos corações!
Descontraída, em ritmo de vitória!
a Família se abraçava em comemoração!
Hoje, os tais canteiros não existem mais…
Somente a essência das flores, doce lembrança
da saudosa convivência e frutuosa produção
do anjo/jardineiro movido por verdadeira paixão!
SEMEADURAS! CUIDADOS! COLHEITAS! ENSAIOS FELIZES!
EM PROFUSÃO!!!
Prosinhas &Versinhos
(Cantinho Infantil)
http://bloguinho-infantil.blogspot.com/
ANSIEDADE
Juliana de Queiróz Lucas*
9º A
A ansiedade, sentimento negativo que, às vezes, nos invade, surge devido às pressões da sociedade, com as quais não conseguimos rapidamente resolver. Há pessoas que não entendem e dizem ser “ frescura, tempestade em copo d´àgua…”, mas todos que sentem essa aflição sabem bem que não é, pois é uma explosão de emoções.
Nessas horas difíceis é bom lembrar que a nossa Vida é muito preciosa para ceder às pressões da sociedade, da família ou da escola. O ideal é respirar fundo, acalmar-se e deixar a vida correr, afinal, somos responsáveis e tudo tem o seu tempo para acontecer. São fases a que todos estamos sujeitos nesse ciclo de altos e baixos da vida, depois da “tempestade” vem o arco-íris, após a crise, vem a calmaria e a primavera sempre faz a natureza florescer após o rigoroso inverno.
Seja jovem, aproveite sua vida com alegria, responsabilidade e não se deixe abater diante das pressões para não ficar amigo da ansiedade e passar a adolescência no sufoco.
* Juliana escreveu este texto durante o Acolhimento aos alunos dos 6º anos, na chegada à escola DR PRUDENTE. Tinha o objetivo de incentivar a participação deles nas atividades programadas e “novas” e de diminuir o medo e a ansiedade que aparecem no início de uma nova fase/ escola.
MINHA CIDADE
Lorena Polli Paes- 9 anos – Colégio CLQ
Eu vivo em Piracicaba
Em Piracicaba eu vivo.
Aqui é bem legal
E é bem colorido.
Aqui tem a ponte
E um elevador também,
Tem muitas e muitas árvores
Com certeza mais de cem.
Eu vivo em Piracicaba
Uma cidade muito legal
E quem vive aqui
Sai com muito alto astral.
Borboletas multicores
Texto coletivo do 5º ano A da Escola Nathalio Zanotta Sabino
Professora Sônia Amaral
Quantas borboletas!
São bonitas, tão belas
Ninguém se compara a elas.
Se comparar
É de maravilhar.
Lindas só de olhar
Não dá para explicar!
Roxas, rosas, verdes
Liláses, marrons, laranjas
Vinho e vermelhas
Todas são uma arte!
Notícias:
É amanhã!
O lançamento do livro bilíngue para crianças da Serafina e do Edmundo.
Autoras: Carmen Pilotto e Ivana Negri
Tradutora: Fernanda Bacellar
Ilustrador: Renato Fabregat
No Café Pipa, na entrada do Teatro do Engenho, Av Dr. Maurice Alan 454.
Parte da renda será revertida para o Projeto Pipa que trabalha com crianças com Síndrome de Down.
Vai ser uma tarde divertida com pipoca, sorvete, algodão doce, pula pula, piscina de bolinhas, lanche natural com sucos e muito mais!
Palavra do Escritor:
“Quando chegar o momento de deixarem o mundo, não tenham a preocupação de terem sido bons. Isso não é o bastante. Deixem o mundo bom”
Bertold Brecht