A tatuagem invisível

Walter Naime

 

Dizem que os olhos são o espelho da alma. Para que essa observação tenha chegado até os dias de hoje, houve a necessidade de um grande número de análises baseadas no “olho no olho”. Dentro dos grupos sociais, existem o dos “tatuados visíveis”, o dos ‘tatuados invisíveis” e dos “não tatuados”.

Os motivos que levam uma pessoa a se tatuar são diversos e aleatórios, pois existe os que se tatuam para relembrar alguma data ou alguém que marcou alguma dor ou alegria e que as deixam escondidas debaixo de sua vestimenta. São os que não sabemos porque tem vontade de tê-las e não querem sua exposição.

Dos tatuados visíveis muito se pode dizer, porém como é milenar e tenha começado com a pintura da pele fazendo parte da “moda humana” perdurou em diferentes épocas no desejo de transmitir mensagens ou simplesmente atender um gosto pessoal deixando um “outdoor de pele pigmentada” como expressão do que se passa pelo interior do psique humano.

Pelo número dos tatuados visíveis, encontramos mais frequentemente com aqueles que querem se distinguir pela sua tribo.

Outros se apresentam como os que resistem as dores de suas aplicações, para demostrar a sua resistência, por serem fortes e valentes.

Alguns grupos se tatuam para tentar provar que fazem o que querem do seu corpo num possível esforço de serem livres, demonstrando autoridade quando nunca tiveram.

Existe as tatuagens de louvores à crenças e ideologias.

Há também os grupos criminosos como a Yakuza japonesa, Ku Klux Klan e os skinheads nos Estados Unidos, as máfias chinesas, italianas, russas sempre usando a simbologia como temas de suas expressões, mostrando a união entre seus pares, com regras absolutas estampadas em seus corpos.

Dos três grupos sociais a dos “tatuados invisíveis” é a que requer mais atenção, pois em maior número, para não serem identificados necessitam de psicologia mais apurada como proteção, pois suas qualidades ou periculosidades detém o sigilo das suas intenções.

Um mercado artístico surge atualmente com grande intensidade com exemplos de bom gosto. De outro lado pelo despertar da moda como tatuagem também se apresentam os de mau gosto, que tendem a aumentar, porque depois de feitos fica difícil retirá-los surgindo a “breguice” como resultado.

As tatuagens visíveis são as aplicadas de fora para dentro com as tintas da superficialidade enquanto as invisíveis brotam de dentro para fora na profundidade do ser.

Se os olhos são o espelho da alma, o “painel da pele” pode ser o complemento que vai nos ajudar a aproximarmos do que é bom ou não, pois diante de tanta diversidade, é razoável que os avisos sirvam para evitar atritos e façam com que o mundo ande sobre os trilhos da paz, com as tintas sem cores temperadas com a pureza do sentimento humano.

Depois do carnaval isso se torna mais claro.

 

Walter Naime, arquiteto-urbanista, empresário

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