Pedágio: Câmara manifesta apoio aos moradores

Câmara de Piracicaba, por unanimidade, manifesta preocupação com instalação do pedágio – Crédito: Davi Negri

 

Ofício elaborado pelo presidente da Câmara de Piracicaba, vereador Gilmar Rotta (MDB), e assinado pelos 21 parlamentares – além do presidente, são 22, mas o vereador Dirceu Alves da Silva (SD) continua afastado pela Justiça – manifesta preocupação com a instalação do pedágio na rodovia SP-308 (Hermínio Petrin). O documento segue para a diretoria da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e solicita o agendamento urgente de uma reunião entre o órgão, uma comissão de vereadores e representantes das comunidades Santana e Santa Olímpia.

 

A garantia do apoio da Câmara veio depois que o morador Valdemar Correr ocupou a Tribuna Popular da Câmara, na reunião ordinária do último dia seis. Na noite de quinta (13), o presidente suspendeu o expediente da quarta reunião ordinária para apresentar a íntegra do ofício aos vereadores, que concordaram com o teor do documento e endossaram a causa.

 

A presidência da Câmara diz que o encontro será importante para que a agência compreenda as demandas da população e para que os parlamentares conheçam de forma detalhada o projeto “para que, juntos, possamos encontrar uma solução que não prejudique a população nos aspectos social, econômico e estrutural.”

 

Com a instalação da praça no quilômetro 180, entre os dois bairros, os moradores teriam de que pagar pedágio para o deslocamento até o Centro, caso o acesso seja feito pela rodovia pavimentada (que liga Piracicaba a Charqueada).

 

Segundo Gilmar Rotta, a Câmara acolheu a demanda de Santana e Santa Olímpia e defende o pedido para reavaliação da decisão. “O pedágio representará retrocesso quanto à mobilidade dos moradores, como também prejuízo ao turismo de Piracicaba e à agricultura, pois ali residem centenas de produtores artesanais de vinhos e outros produtos”, diz.

 

Entre os exemplos citados no ofício estão festas tradicionais do calendário oficial do município, como a Festa do Vinho e a Festa da Polenta, que atraem milhares de visitantes aos bairros. “A instalação da praça de pedágio será um desestímulo para o fomento destas atividades, que contribuem significativamente para o desenvolvimento econômico das comunidades”, reforça o presidente da Câmara.

 

O apoio da Câmara para a questão também se fez em outras ocasiões: em 15 de janeiro, quando os moradores fizeram protesto nos dois bairros, acompanhado pelo vereador Laércio Trevisan Jr. (PL), e na moção de apelo 155/2019, enviada pelo mesmo parlamentar ao Governo do Estado de São Paulo e endossada por todos os vereadores.

 

O questionamento dos moradores está na mudança de quilometragem da praça de pedágio. Durante a construção do projeto, o anúncio é de que o equipamento estava previsto para o quilômetro 182,25 da rodovia Hermínio Petrin, fora trajeto entre os bairros até a cidade.

 

Ao ocupar a tribuna da Câmara, Valdemar Correr relatou que, com a mudança para o quilômetro 180, os motoristas terão que efetuar o pagamento do pedágio todas as vezes que quisessem ir do bairro para a cidade ou, do contrário, deverão utilizar-se de acesso por estradas de terra, caso queiram ir pela rodovia pavimentada.

 

Para a Câmara, há também preocupação com a segurança dos moradores dos bairros, que poderão ser utilizados como rota de fuga da cobrança do pedágio, já que há uma estrada de terra por onde é possível desviar do ponto onde será instalada a praça de pedágio. “Vale lembrar que Santana e Santa Olímpia reúnem patrimônio histórico arquitetônico e cultural que podem ser deteriorados com o grande tráfego de caminhões ao usarem suas ruas, não estruturadas para receber o aumento de fluxo de veículos pesados”, menciona o texto enviado à Artesp.

 

 

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