Coluna Psicopontocom – Edição do dia 08/02/2020

O Significado do Corpo (II)
O corpo masculino se constitui diferentemente do feminino. Não me refiro à sua anatomia, mas especialmente em seu significado. O corpo do obsessivo abstrai-se em seu pensamento, intelecto; a histérica tem no corpo físico o representante fálico. Seu falo é o corpo como um todo. Essa dicotomia é indicativa de muitas divergências entre os gêneros.
Uma de suas evidências é o caráter exclusivo no feminino. Não se compara uma mulher à outra. “Você é linda como a Ana Paula Arósio” seria imperdoável. No entanto, os homens até se agradam com elogios comparativos: “Esse rapaz é um Einstein” é um elogio e tanto.
O pensamento do obsessivo é o que sustenta seu narcisismo. As crises conjugais refletem bem isso. Ele calcula, reflete, pensa no que deu errado, já que tudo fora milimetricamente planejado. Por quê? Onde está o erro? A autorreflexão é, muitas vezes, a base do narcisismo.
Nos primórdios da infância o obsessivo teme a castração por entender, de alguma forma, o caráter incestuoso de seu desejo edípico. Esse temor o conduz a sucessivos cálculos para reduzir a angústia emergente. Isso se perpetua por toda sua vida. De forma oposta, sendo castrada em sua natureza, a mulher tem no corpo o seu falo. Não teme a perda de um membro, mas se sabe constituída por uma falta. É a percepção da falta que faz da mulher muitas vezes um ser voraz, insaciável, nunca satisfeito.

CITAÇÃO!
“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai”. (Sigmund Freud)

Estou me relacionando com um escocês há 15 dias via Skype. Recebo e-mails românticos diariamente e respondo todos. Ele diz que aconteceu algo mágico e gostaria de viver comigo por toda a vida. Em breve virá ao Brasil para me conhecer e conversarmos sobre nosso futuro. O relacionamento está intenso para ambos, mas temo que ele possa estar mentindo. Há como saber?

É curioso que em meio a um momento carregado de idealizações como sempre acontecem em relações virtuais você se questione algo tão racional, mas muito pertinente. Não quero dizer que ele minta, mas que a imagem que criamos do outro e a que passamos ao outro é apenas uma imagem. Você e ele nada sabem do outro sob o aspecto da convivência cotidiana.
E mesmo sem um primeiro encontro, que muitas vezes nem o famoso ‘clique’ rola, você fala em planos futuros e viver por toda a vida juntos. Acho que nisso pode acontecer a frustração. Não por haver mentira intencional, e sim porque o real se apresenta, fazendo as idealizações perderem sentido.
Os relacionamentos em geral carregam idealizações, mas virtualmente isso ganha proporções gigantescas. Para isso é bom estar preparada, pois havendo o ‘clique’, será necessário um manejo nos afetos para a paixão se transformar em amor, e isso exige maturidade de ambos.
Quanto à mentira intencional, em geral as mulheres tem grande habilidade em desmascará-la.

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